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Produtores de petróleo dos EUA fazem lobby para exportar

Data da publicação: 31/10/2014
Autor(es): Rogerio Lessa

Foi organizado por 14 empresas americanas o grupo Producers for American Crude Oil Exports (PACE), que tem como objetivo pressionar a administração Obama a pôr fim às restrições de 40 anos às exportações de petróleo do país. O argumento do grupo se baseia nos efeitos positivos de crescimento econômico, geração de empregos e fortalecimento da posição competitiva frente ao mercado que a medida pode trazer aos EUA.

No entanto, enquanto os produtores de petróleo desejam liberdade para exportar, os refinadores americanos devem continuar sendo contra qualquer alteração na legislação, pois isto possibilitaria que refinarias europeias adquirissem o petróleo a um custo menor do que as refinarias da Costa Leste dos EUA. Isto porque a lei exige que o transporte de cabotagem nos EUA seja feito por embarcações construídas no país. O frete do Golfo do México com destino a Roterdã seria de cerca de US$ 2/bbl, enquanto, com destino a Costa Leste, o mesmo seria de US$ 6/bbl.

Para o presidente da AEPET, Silvio Sinedino, a prática dos governos norte-americanos confirma a máxima “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Sinedino lembra que, além de restringir exportações de petróleo, a legislação nos EUA exige conteúdo local para a navegação de cabotagem, setor que é fechado à participação de estrangeiros.

Segundo a Agência Reuters, a surpreendente velocidade do crescimento da produção de petróleo leve, constatada nos últimos anos, fez com que fosse criado um gargalo nos hubs de refino de petróleo pesado no Golfo do México, o que poderá gerar um aumento nas distorções dos preços e inviabilizar a manutenção do ritmo de produção do país. As empresas participantes do PACE são: Anadarko, Chesapeake, Concho, ConocoPhillips, Continental, Devon, Encana, EOG, Hess, Laredo, Marathon, Noble, Occidental e Pioneer. O grupo fará oposição ao Consumers and Refiners United for Domestic Energy (CRUDE), grupo formado pelas refinadoras Alon, PBF, Monroe e Philadelphia Energy, que argumentam que o fim da proibição agregará custos no processamento da carga.