Notícia

Ciclo primário-exportador não interessa ao Brasil

Data da publicação: 05/12/2014
Autor(es): Rogerio Lessa

Durante entrevista ao jornal Die Zeit, da Alemanha, o presidente eleito da AEPET, Felipe Coutinho, reiterou que a Petrobrás foi criada por iniciativa popular e, por isso, deve prioritariamente estar à serviço de seu verdadeiro dono: o povo brasileiro. “Esta é nossa motivação”, declarou, acrescentando que as notícias de que o petróleo em breve vai perder valor e importância estratégica não passam de “ondas” propositalmente propagadas, cuja finalidade é fazer com que a população não dê valor a este recurso natural.

Coutinho alertou também para o fato de que a produção de petróleo terá custos crescentes e que a produção acelerada não é a melhor estratégia, pois reduz o preço no curto prazo. “O preço baixo acelera a exploração de uma receita finita”. Ele ressaltou que não é apenas a Petrobrás que vive problemas de caixa e endividamento elevado. “O investimento em exploração antes da crise de 2008 deixou as principais petroleiras muito endividadas, tanto que estão fazendo cortes de investimentos”, comparou.

Pesquisador do Cenpes, o futuro presidente da AEPET se mostrou preocupado com as multinacionais parceiras, que estão tendo acesso à tecnologia da Petrobrás. “Queremos discutir esta e outras questões, como a destinação do lucro e o ritmo de produção na Companhia. Também para o Brasil não é razoável produzir excedente para exportação e se manter no ciclo colonial, primário-exportador”, resumiu.