De acordo com matéria publicada no site Petronotícias, o número de demissões provocadas pela crise nas obras da Petrobrás em todo o país já passa de 10 mil. “A situação é o resultado de muitas discussões entre a Petrobrás e as empreiteiras contratadas para suas obras, em decorrência da postura adotada após 2012, quando a política de aprovação de aditivos mudou e foi iniciada uma espécie de cabo de guerra entre as empresas e a estatal”, diz a matéria.
O texto reconhece as “críticas constantes” dos engenheiros em relação aos “projetos básicos falhos que eram entregues às contratadas, o que gerava aditivos subsequentes”. Essa mecânica se deve aos contratos tipo EPC, constantemente denunciados pela AEPET, que permitem à empresa ou consórcio que elaborou o projeto a participação na execução do mesmo.
Já o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (IEDI), ao analisar queda geral de 0,4% do emprego industrial em novembro observa que o país passou a acumular queda de 3,1% nos onze primeiros meses do ano passado. Em 2014, diz o IEDI, teremos o segundo resultado mais negativo da ocupação industrial registrado na série histórica do IBGE iniciada em 2003. Nesta análise, é destacada também a queda de 4,3% do número de ocupados no principal parque industrial brasileiro, o de São Paulo.
Em termos setoriais, ainda considerando o acumulado janeiro-novembro, o emprego industrial encolheu não somente em setores tradicionais da economia brasileira, como os de calçados e couro (–8,0%), vestuário (–3,4%) e produtos têxteis (–4,5%), mas também em setores de ponta, de alta tecnologia, como os de máquinas e equipamentos (–5,6%), meios de transporte (–5,2%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (–7,0%). Todos esses setores intensivos em tecnologia têm alguma relação com a produção de petróleo, mas o refino de petróleo e produção de álcool, diretamente ligados à atividade da Petrobrás, desabaram no mesmo período (–7,7%).