A julgar pelas notícias veiculadas nos grandes meios de comunicação, a Petrobrás agora estaria mais livre para praticar uma política de preços mais favorável, em detrimento dos “objetivos políticos do governo”. É fato que a Companhia foi prejudicada com a contenção das tarifas da gasolina, sob a questionável justificativa de controlar a inflação. Mas, por outro lado, a total submissão às regras do mercado é contestada por muitos analistas sérios e independentes, que destacam o caráter público da empresa, que como tal deve ter uma gestão que contemple uma “visão pública”.
Vale esclarecer que “visão pública” não significa o atendimento a interesses meramente políticos e eleitoreiros ou político-partidários, mas sim guardar alguma relação com os grandes objetivos do povo brasileiro e da Soberania Nacional.
Por esse prisma, tratar a Petrobrás simplesmente como uma empresa que atua no mercado configura uma aberração. Para muitos, foi isto que levou a Companhia à farra das contratações e aditivos sem nenhum compromisso com o interesse público. Um exemplo são as SPEs e os consórcios que permitem a contratação sem licitação, em vista dos erros conceituais, que têm sido muito grandes.
A corrupção e a ingerência política na gestão das estatais devem ser constantemente repudiadas, mas, em razão da Lei nº 12.351/2010, que estabelece a Petrobrás como operadora única no Pré-Sal e em áreas estratégicas, apesar de ser empresa de economia mista, a Companhia precisa ser tratada como “empresa pública”, com controle social, da CGU, do TCU e demais instituições fiscalizadoras e reguladoras.