Durante assembléia Assembleia Geral Extraordinária da Petrobrás, realizada no último dia 30 de janeiro, a AEPET, que é acionista minoritária da Companhia e tem direito a voz e voto, ratificou posições anteriores, nas quais lembrou que a empresa tem dois ativos importantes que lhes garantem uma boa saída do preocupante quadro em que se encontra: uma reserva de 75 bilhões de barris descobertos, comprovados e um corpo técnico altamente capacitado.
A Petrobrás possui ainda um portfólio de campos a serem postos em produção que nenhuma outra companhia possui. “As denúncias da delação premiada e a prisão dos corruptores vão nos dar a oportunidade para que se reduza drasticamente a corrupção na Petrobrás e no País”, destacou a AEPET.
Para a Associação, existe um problema conjuntural de grande relevância, expresso na queda do preço do petróleo, que seria uma ação dos EUA, Arábia Saudita e Inglaterra contra inimigos comuns: Rússia, Irã e Venezuela. Em 1990, por sinal, esse trio desmantelou a União Soviética derrubando o preço do petróleo para US$ 13 o barril. “Hoje a estratégia se repete e o alvo é a Rússia, parceira da China e da Índia nos BRICS, que pretende criar uma moeda internacional independente do dólar. Assim, a Ucrânia, o cerne da estratégia, tem como ministra da economia uma mulher que foi funcionária da CIA e recém naturalizada como cidadã ucraniana”, frisou a AEPET, entre outras observações.
No entanto, foi lembrado que a Petrobrás já superou adversidades piores, como o risco de privatização e mudança do nome para Petrobrax, na década de 1990. Para a AEPET, os 88 mil empregados da Companhia têm como vencer os atuais problemas, já que são sérios, éticos e competentes. No entanto, para a superação da crise é necessária uma mudança estrutural, e não medidas inúteis, tomadas apenas para dar satisfação ao mercado.
A AEPET apontou cinco causas para o degradado cenário atual:
1) Aumento da gratificação de gerentes, aumentando a distância em relação aos técnicos e a dependência do gerente em relação ao seu superior;
2) Desobediência às normas decisórias da Companhia, por parte dos diretores, resultando em fragilidade administrativa;
3) Contratação de pacotes fechados, “um retrocesso de mais de 50 anos”, que sistematizou os cartéis e propiciou a combinação de propostas entre os membros do chamado “Clube das Empreiteiras”;
4) Nomeações políticas para a diretoria; e
5) Terceirização da mão-de-obra, que no governo FHC chegou a 120 mil contratados, triplicando para 360 mil nos mandatos petistas.
A AEPET frisou ainda ter sido “uma catástrofe” a divulgação do balanço e acrescentou que também o Fundo Petros é vítima do aparelhamento por facções do PT e do não cumprimento das exigências legais e do Acordo de Obrigações Recíprocas, que prevêem a eleições de dois diretores desde 2008. “Há 11 anos o Conselho Fiscal reprova as contas, mas o Deliberativo, que tem o voto de minerva, aprova”, apontou a AEPET.
“Os ataques à Petrobrás recrudesceram … O lobby internacional é contra a Petrobrás como operadora única. Porque isto inibe os dois maiores focos de corrupção na produção mundial: o superfaturamento dos custos de produção, que são ressarcidos em petróleo, e a medição fraudulenta do petróleo produzido. Como operadora, a Petrobrás dificulta esse tipo de corrupção… A PPSA foi criada para fiscalizar isto, mas a presidente Dilma nomeou quatro diretores indicados pela Shell”, finaliza a AEPET.
A íntegra do texto será publicada em nosso site: www.aepet.org.br.