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Está próximo o acordo para salvar a Sete Brasil

Data da publicação: 03/07/2015
Autor(es): Alex Prado

Tudo indica que a Sete Brasil deverá ter sua situação financeira resolvida. Isso viria através de refinanciamento das dívidas por parte de Banco do Brasil, Caixa, Santander, Itaú e Bradesco superior a R$ 11 bilhões. O acordo deve ser concluído no próximo dia 14, e inclui também a Petrobrás. Haverá redução no número de navios sonda encomendados – de 28 para 19 – e aumento no prazo de entrega ao longo de 20 anos.

O projeto da criação do empreendimento Sete Brasil, em 2010, teve como objetivo a construção específica de navios sondas para atuar na produção de petróleo no pré-sal e visava, também, a geração de empregos no país e proteção à indústria brasileira pelo uso de material de procedência nacional. Contou com a participação de Bancos, Fundos de Pensão de base estatal e de base privada e de outras empresas de capital nacional e estrangeiro.

Entretanto, sua saúde financeira foi profundamente abalada com as denúncias advindas da operação Lava Jato.

Em depoimentos prestados à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a Petrobrás, na Câmara dos Deputados, na terça-feira passada (30), Fernando Siqueira (Clube de Engenharia) e Paulo Brandão (Fenaspe) – ambos licenciados da diretoria da AEPET – reafirmaram a importância da Sete Brasil para que a Petrobrás produza no pré-sal, gerando empregos de qualidade no Brasil.

Para conseguir os financiamentos necessários e retomar a confiança dos investidores, a direção da empresa está trabalhando num Plano de Reestruturação com os seguintes objetivos:

1. Redução dos riscos de financiamento, construção, operação e execução do projeto, por meio da diminuição do número de variáveis e parceiros envolvidos e da simplificação de sua estrutura;

2. Garantia da financiabilidade de um projeto reduzido, com plano de investimento mais adequado à disponibilidade de “funding” e necessidades da Petrobrás;
3. Fortalecimento da estrutura de capital e reperfilamento dos passivos de curto prazo, de modo a adequar o pagamento dos passivos financeiros ao fluxo de caixa e disponibilidades de curto prazo;

4. Pagamento dos passivos junto aos estaleiros e retomada da construção das sondas;

5. Garantia de rentabilidade mínima que possibilite a captação de novos recursos próprios e, eventualmente, com novos acionistas.

6. Redução do risco de construção, concentrando os recursos disponíveis nos estaleiros de melhor performance;

7. Adequação do início dos Contratos de Afretamento com o novo cronograma de entrega dos Contratos de EPC; e

8. Ajuste do modelo de negócios da Companhia, a qual passará a operar suas unidades e, com isso, reduzir custos, permitir maior agilidade na implementação do Plano e na tomada de decisões.

Desde o início do ano, a mão-de-obra direta empregada na construção naval caiu de 82 mil para 70 mil pessoas. O presidente do Sindicato Nacional da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, esteve com o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine. Ao sair do encontro, Rocha disse que mostrou a Bendine a capacidade de produção local para manter os empregos no setor.