Notícia

Revisão do investimento põe Petrobrás na contramão

Data da publicação: 07/10/2015
Autor(es): Alex Prado

O anúncio feito pela Petrobrás, na última segunda-feira (5), com ajustes no planejamento financeiro para este ano e 2016, reduzindo a previsão de investimentos em US$ 11 bilhões, sendo US$ 3 bilhões em 2015 e US$ 8 bilhões no próximo ano, vai de encontro com a realidade do mercado internacional do petróleo e o comportamento cambial atual do país. O anúncio, entretanto, pode servir de amparo aqueles políticos de visão de curto prazo que querem derrubar a Lei da Partilha, prejudicando ainda mais a Petrobrás e entregando as riquezas do pré-sal à cobica estrangeira.

A AEPET defende a Petrobrás como operadora única do pré-sal exatamente porque isto gera a capacidade de ditar o ritmo da exploração, de acordo com nossas possibilidades e do interesse nacional e não aquele ditado pelo mercado. Esta posição ficou ainda mais clara após o Seminario “Uma estratégia para o Brasil, um plano para a Petrobrás”, que a AEPET promoveu no mês passado.

Vale lembrar que o ajuste anunciado reflete a realidade do momento e é de pequeno impacto neste ano. Se os preços internacionais do petróleo voltarem a uma segura faixa de atratividade e o real voltar á estabilidade cambial, a Petrobrás poderá rever as metas para o próximo ano.

O anúncio, contudo, mantem a decisão do Plano de Negócios e Gestão 2015 2019, de promover a venda de ativos da ordem de US$ 15 bilhoes, proposta rechaçada pela AEPET, pois trata-se da retomada do projeto de privitatização da empresa, disfarçado na palavra desinvestiento.