A Índia admite que a indústria manufatureira continua sendo um importante indutor do desenvolvimento. Por isso, desenvolveu uma política industrial que tem sido bem sucedida, apesar da perda de participação do setor no PIB do país (de 16,3% no ano fiscal de 2011-2012 para 14,9% em 2013-2014). Mesmo reconhecendo que este é um fenômeno mundial, embora existam os que perdem menos, a Índia está disposta a inverter esse processo.
Segundo levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (IEDI), o governo indiano adotou em 2011, a National Manufacturing Policy, com o objetivo de acelerar o crescimento da indústria manufatureira, incentivar o desenvolvimento tecnológico e tornar a indústria mais competitiva, entre outras metas. “A política industrial indiana procura, ainda, gerar empregos diretos e indiretos e dar qualificação profissional aos migrantes rurais e à população urbana pobre, de forma a tornar o crescimento econômico inclusivo, e garantir a sustentabilidade do crescimento, por meio da eficiência energética, otimização do uso de recursos naturais e a recuperação de ecossistemas degradados”, diz o IEDI.
De fato, desde 2007 o dinamismo da economia indiana tem sido relevante para a economia mundial, ficando, inclusive, acima do crescimento do PIB do agregado das economias emergentes (exceto em 2012, por uma pequena diferença). Entre 2013 e 2015, a produção industrial tem se acelerado, passando de 0,9% para 3,4% no acumulado dos sete primeiros meses de cada ano. E os Investimentos Diretos Externos acumulam alta de 73,4% entre janeiro e julho de 2015 em comparação com o mesmo período de 2014.
Em 2014, o Programa Make in India (Faça na Índia, ou ainda, Produza na Índia) buscou reforçar o compromisso nacional com o desenvolvimento industrial, bem como adotar medidas complementares à National Manufacturing Policy. As medidas tomadas no âmbito do programa podem ser reunidas em quatro blocos de ações:
· Simplificação de processos e regulamentações para a melhora do ambiente de negócios, como a criação de uma interface online (E-Biz) que centralizasse todos os procedimentos e processos regulamentares necessários para a realização de investimentos, ou, então, a melhoria das regras associadas aos direitos de propriedade intelectual.
· Abertura de determinados setores ao capital estrangeiro, com a elevação de limites impostos à participação estrangeira ou a extinção deles, com a intenção de atrair investimentos em setores como os de defesa, construção e rodovias.
· Criação de nova infraestrutura que facilite o investimento, com o estabelecimento de clusters industriais e de smart cities interligados por vias de transporte de alta velocidade, formando corredores onde a infraestrutura de qualidade suportará o desenvolvimento industrial.
· Desenvolvimento de uma nova mentalidade em que governo e setor privado se vejam e se comportem como parceiros.