A Petrobrás divulgou na última terça-feira (14) os dados referentes à produção de petróleo e gás referentes a fevereiro. No Pré-Sal, houve um aumento de 41% no volume extraído, em comparação com fevereiro de 2015. Entretanto, a produção total ficou 1% menor, comparada a janeiro deste ano, devido à parada programada do navio plataforma Cidade de Paraty. No total, a Petrobrás produziu 2,82 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed).
Um dado, entretanto, chama a atenção: a produção de petróleo nos campos do exterior foi de 63,5 mil bpd, volume 8% inferior ao mês anterior. A produção de gás natural foi de 8,4 milhões de m³/d, 3% abaixo do volume produzido em janeiro de 2017, em função da limitação de escoamento da produção, que é realizada através de dutos de terceiros. Nos Estados Unidos existem dois modelos de negócio relacionados a dutos de transporte, nos quais eles pertencem a uma ou mais empresas privadas, porém, outras empresas, além das proprietárias, movimentam produtos nos ativos.
Os dutos da ExxonMobil Pipelines, subsidiária e responsável pelo setor de abastecimento da ExxonMobil, seguem o modelo em que a empresa é dona dos produtos movimentados, já a Magellan Midstream Partners exemplifica o outro modelo, por ser proprietária e operadora de dutos e prestar o serviço de transporte a terceiros (1). Ou seja, a própria Petrobrás acabou admitindo o quanto é perigoso para a Companhia quando um ativo estratégico encontra-se em poder de terceiros, e ainda assim os gestores da empresa insistem em vender a Nova Transportadora do Sudeste, malha nacional de gasodutos por onde escoa a maior parte da produção, incluindo a do Pré Sal. Vale lembrar que a Petrobrás informou no dia 09/03 que conseguiu derrubar a liminar judicial que impedia a venda da subsidiária NTS à canadense Brookfield.
(1) http://www.ilos.com.br/web/transporte-dutoviario-de-combustiveis-no-brasil-desafios-e-oportunidade/