Menina dos olhos do PSB e do PT nos níveis estadual e federal nos tempos áureos da economia, o Polo Químico e Têxtil de Suape foi alvo de acalorado debate, na última quarta-feira (29), na Assembleia Legislativa (Alepe) entre integrantes da bancada do PT e do PSDB. Vendida para um grupo mexicano por, aproximadamente, R$ 1,2 bi, o deputado Odacy Amorim (PT) lamentou a privatização do empreendimento e criticou a venda por um preço bem abaixo da construção quando foram investidos, segundo ele, R$ 9 bi.
O petista anunciou que vai propor um grande debate no plenário convidando o ministro das Minas e Energia, Fernando Filho, e representantes da Petrobras, Ministério Público Federal (MPF), além do Governo do Estado para esclarecem à venda. “Não consigo entender porque uma obra que custou R$ 9 bi é vendida por R$ 1 bi”, questionou o deputado, lembrando que o pai do ministro, o hoje senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), foi secretário de Desenvolvimento Econômico incumbido de trazer o equipamento.
No aparte, a deputada Teresa Leitão (PT) apresentou um ponto de contradição do Governo Federal para a venda. Segundo a petista, não se justifica alegar que “a crise está tirando emprego, e ficar vendendo patrimônio nacional que gera riqueza e emprego”. “Esse investimento é estratégico para Pernambuco e para o Brasil”, afirmou.
O pronunciamento bastou para reacender a polarização histórica entre petistas e tucanos. Aliada ao Governo Federal, a deputada Teresinha Nunes (PSDB) culpou o alto custo do investimento do empreendimento a gestão do PT e defendeu que a venda se faz necessária diante da má administração das gestões do PT.
“A Petrobras foi quebrada pelo PT. A Petrobras não tem condições de manter. A venda é a solução correta e natural. É para ajudar Pernambuco a crescer”. A tucana ironizou o deputado lembrando que apesar da venda, a estatal não sairá do Estado.
Publicado em 30/03/2017 em Folha de Pernambuco.