Artigo

A palestra de Felipe Coutinho, presidente da AEPET

Data da publicação: 17/09/2015
Autor(es): Jornal GGN

Palestra apresentada em 08/09/2015, no Seminário Uma estratégia para o Brasil, um plano para a Petrobrás, realizado no Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro, por Felipe Coutinho, presidente da AEPET – Associação dos Engenheiros da Petrobrás.

São apresentadas informações realistas da situação, em que se encontra a produção mundial de petróleo, sem as fantasias otimistas das propagandas de organismos governamentais e das megacorporações privadas petroleiras. Vivemos a era do petróleo difícil e caro. O petróleo convencional, obtido por tenologias mais simples e barata, está em fase de declínio. Para manter a atual nível de produção quase estagnado, estamos explorando as últimas fronteiras dos recursos petrolíferos da Terra: as areias betuminosas do Canadá, os óleos extrapesados da Venezuela, os óleos leves de rocha compacta no EUA, o petróleo de águas ultraprofundas no Atlântico e agora foi liberado, pelo presidente americano, a exploração de petróleo polar do Ártico. Todas essas formas não-convencionais de petróleo, além de caras e de elevados riscos ambientais, são de menor eficiência energética líquida em relação ao petróleo convencional.

Não se está falando em fim imediato do petróleo, mas do iminente declínio do volume extraído da natureza. Não há no horizonte substitutos comerciais para o petróleo, tanto como fonte de matéria prima, quanto pelas suas qualidades energéticas, como fonte de alta densidade de energia e versatilidade insubstituível. A economia com o petróleo em declínio será uma economia em decrescimento, temos que mudar os paradigmas que orientam a economia e a sociedade, após o auge extrativo do petróleo. As questões apresentadas pelo presidente da AEPET remetem à necessidade de repensar, toda estratégia em torno do uso da energia e do petróleo como sua principal fonte; é preciso usar a produção remanescente, para preparar a transição da sociedade pós-petróleo, não abrir de nossa empresa pública no setor, fazê-la um instrumento efetivo da transição energética, torná-la mais transparente e sujeita ao controle popular e obrigações republicanas. O mundo sem petróleo não será o fim do mundo, será o fim do mundo tal como o conhecemos.

Assista a palestra e clique aqui para obter os slides.

Publicado em 17/09/2015 em Jornal GGN.