Notícia

No Cade, a batalha contra a venda da Liquigás

Data da publicação: 17/07/2017
Autor(es): Alex Prado

Empresas concorrentes da Ultragaz entregaram ao Cade documentos que constestam a defesa que a empresa faz para que a compra da Liquigás seja efetivada.

Segundo o conselheiro da AEPET Ricardo Maranhão, empresas como a Supergasbras poderão ser esmagadas pela Ultragaz, que terá 50% do mercado nacional ,e em alguns mercados regionais, 60, 70 e até 80%.

Para Maranhão, como no setor de gasolina / diesel, também no GLP, há o Refinador (Petrobrás), as Distribuidoras (ultragaz, liquigás, nacional, supergasbrás, etc) e cerca de sessenta mil revendedores, que vendem e entregam os botijões (sobretudo P13) aos milhões de consumidores. Estes revendedores são pequenos, médios e micro empresários, aos quais a Constituição Federal determina seja dado tratamento prioritário, reconhecendo sua importância para a economia do país. Eles empregam milhares de trabalhadores. A Liquigás tem cerca de 5000 revendedores. Muitos serão arruinados, pois a Ultragaz tem os seus. Imagine uma rede de bancos comprando outra. Fechará, certamente agências em excesso. Os consumidores terão menos opções de revendedores. Desemprego. Destruição de empresários pequenos. É argumentação totalmente enganadora alegar que o GN pode substituir o GLP em larga escala. O GLP chega a residências até mesmo aquelas desprovidas de água encanada, luz elétrica, saneamento. O suprimento de GN depende de enormes investimentos em redes de dutos. Também alteração no código de obras para impor redes de distribuição nas construções novas. A compra da Liquigás pela Ultragaz concentrará de forma intolerável um mercado ultra concentrado. Os consumidores serão, certamente, penalizados com preços mais elevados.