Artigo

Itaú vai lucrar muito com a venda de ativos da Petrobras

Data da publicação: 06/10/2017

Em fevereiro deste ano escrevi um artigo com este mesmo título (clique aqui para ler)

Passados sete meses minha profecia vai se consolidando. Durante os governos Collor e FHC os bancos bem relacionados com o governo, fizeram fortunas no processo de privatização, comprando e revendendo empresas públicas.

Meses antes da venda da Liquigás (2016), a Associação Brasileira dos Distribuidores de GLP (ASMIRG) denunciou o fato do Itau ter sido contratado pela Petrobras para negociar a venda da Liquigás. Na época a ASMIRG alertava para o fato do Itaú ser sócio do grupo Ultra (Conectcar) principal interessado na compra da Liquigás. (clique aqui para ler)

O negócio foi concluído e a Liquigás vendida para a Ultragaz. Na venda da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), o Itau não permitiu a conclusão do negócio, que já estava fechado, para exigir maior participação, segundo informou a Bloomberg. Sobre isto o artigo da AEPET “NTS : crônica de um prejuízo anunciado”  (clique aqui para ler)

Conclui e questiona : “No mesmo dia do fechamento da operação o FIP transferiu 7,65% das ações da NTS para o Itausa por US$ 292,3 milhões. Esta afirmação é confusa pois com simples aritmética precificaria esta parcela em US$ 432 milhões (5,08 bilhões)x(7,65/90). “ “Qual seria o interesse comercial da FIP em “doar” US$ 140 milhões ao Banco Itau, além de renunciar a 8,5% do lucro que receberia nos anos vindouros?” “Em troca de que “serviços” o o Banco Itau ganhou este presente ?”

Agora surge a notícia de que a venda da Transportadora Associada de Gas (TAG) está a todo vapor. (clique aqui para ler)

Com intermediação do Santander, quatro grupos estão negociando : O fundo árabe Mubadela, o fundo americano Blakrock, a multinacional de energia Engie e o Itausa.
Aparentemente não existe preocupação com as determinações do TCU de “ampla divulgação” e já se fala em formação de consórcio (especialidade do Itaú) para a proposta final.

Assim todos ganham, só a Petrobras e o Brasil perdem.

Cláudio da Costa Oliveira
Economista da Petrobras aposentado

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