Custa crer que, no momento mais grave do chamado caso Petrobrás, que, de fato, deveria chamar-se caso empreiteiras com Petrobrás, em pleno curso da operação lava jato, entidades e empregados, salve exceções de movimentos localizados, quase pontuais, permaneçam num estado de letargia e marasmo que não condizem, absolutamente, com a gravidade da situação.
Ainda não caiu a ficha, mas o que está em jogo, nesse instante é soberania nacional brasileira, e mais especificamente, o emprego de milhares de trabalhadores próprios se contratados.
Empreiteiras formarem cartéis para mamarem nas tetas do Estado brasileiro, não é nenhuma novidade. É histórico, principalmente após o golpe militar de 64. Muito recentemente, a copa do mundo no Brasil foi a prova inconteste disso. Basta observar-se a infinidade de obras inacabadas em todo o país, fruto das licitações envolvendo as mesmas grandes empreiteiras brasileiras que há décadas se locupletam como os corruptos do Estado brasileiro e que, por mais que os veículos de comunicação de massa insistissem em esconder e até isentar sua participação, tornou-se inevitável sua exposição, como atores principais na corrupção nesse escândalo.
Muito suor e dedicação dos empregados da Petrobrás foram dispendidos para se ter um quadro técnico qualificado na Empresa, um ícone do desenvolvimento brasileiro, gerando emprego, rendas e divisas e trazendo credibilidade, respeitabilidade e desenvolvimento não só para si, como empresa, mas para Brasil e para a América Latina.
A polarização das recentes eleições serviram ao oportunismo do candidato derrotado e seus aliados para novos ataques à soberania nacional, que há tempos sofre com a sede de privatização e entreguismo, não foi uma mera disputa eleitoral.
O fatiamento político e partidário da Empresa, mais notadamente explicitado nos últimos governos, é a consequência da busca da tal governabilidade e suas alianças, do poder pelo poder. Que se danem o Pais, a Petrobrás, seus trabalhadores e o povo. Isso é só um detalhe.
Por outro lado, as irmãs do petróleo assistem de camarote, e provavelmente, também, traçam suas estratégias de fatiamento de nossa Empresa. É assim o jogo no mundo do petróleo.
Como as empresas, públicas ou privadas, não são constituídas por anjos, resta, em nome da dignidade do País e do povo, aplicar a Lei e punir os corruptos, das empreiteiras e da Empresa.
Onde estão as entidades de defesa dos trabalhadores da Petrobrás? Continuam marcando presença sem qualquer ação concreta contra a corrupção.
Entendemos como urgente e muito oportuna uma grande mobilização nacional dos trabalhadores em defesa da Petrobrás e do emprego, inclusive com a participação de entidades nacionais de credibilidade e respeitabilidade, da sociedade organizada.
Sugerimos a criação de núcleos de defesa da Petrobrás, pelo Brasil afora, assim como a mobilização interna, para a participação dos trabalhadores da Petrobrás na escolha dos dirigentes da Empresa, nesse momento difícil.
Que a corrupção, um traço genético no Brasil, não seja a justificativa para desmantelar e entregar uma Empresa construída pelos brasileiros, a sangue e suor e que, em última instância, pertence ao povo brasileiro.