Um dos fatores que propiciou notável aumento de corrupção nas obras públicas brasileiras foi o DESMONTE DOS DEPARTAMENTOS DE ENGENHARIA DAS ESTATAIS. Até o fim do governo militar, as estatais produziam o PROJETO BÁSICO, muitas vezes o PROJETO EXECUTIVO e fiscalizavam a obra pelos seu próprio corpo de engenheiros.
Grandes empreiteiros, como Eduardo Celestino Rodrigues, da Cetenco, começaram a vida com engenheiros do Estado. A Companhia do Metrô de São Paulo tinha uma excelente engenharia, chegou a ter 400 profissionais. A CESP, que era resultante da fusão de trens companhias do Estado, uma para cada bacia fluvial, tinha os melhores engenheiros de barragens. A mesma coisa com Furnas, alguns viraram sumidades como Otavio Marcondes Ferraz, Mario Thibau, Mario Bhering, Lucas Nogueira Garcez, Guy Vilela (da Cemig).
E HOJE? Entrega-se uma folha de papel ao contratante do projeto e acabou, ele que faço tudo, é TUDO terceirizado, do projeto básico à fiscalização. A MARGEM para aditivos se alarga, ninguém mais sabe quanto custa a obra, o cliente, que é o Estado, PERDEU O CONTROLE DOS CUSTOS. Por isso, os Tribunais de Contas a cada etapa interrompem tudo porque há um contínuo descontrole de custos.
Essa é a porta larga da mega corrupção. Isso começou APÓS o fim do governo militar e só vem aumentando.
Publicado em 14/04/2015 em Jornal GGN.