O século XX foi um século de progressos, de transformações sociais e econômicas e, também, de grandes males e criminosos.
Trataremos brevemente de dois destes, pouco analisados sob esta vertente, ambos súditos britânicos: Winston Churchill (1874-1965) e Margaret Thatcher (1925-2013). Nossa ênfase será nas consequências de seus crimes.
Curiosamente suas vidas percorreram todo o século, de 1900 a 1999. E deixaram enorme trilha de mortes, misérias, devastações ao redor do mundo, apenas conduzidos por uma vaidade ideológica e a sede política de poder.
Churchill queria restabelecer um fantasma cruel do século XIX, o Império Britânico. Este extinguiu etnias, idiomas, populações, espaços e bens culturais, corrompeu e assassinou apenas para enriquecer uma aristocracia fútil e argentária.
A senhora Thatcher, aliada ao Império que passou a conduzir a tocha britânica a partir da II Grande Guerra – os Estados Unidos da América (EUA), aniquilou a economia mundial, até então produtora, desenvolvimentista, industrial, no sentido amplo de indústria que incorpora novas tecnologias, para estabelecer a economia estéril do rentismo monetário.
Com o financismo neoliberal de Thatcher houve o empoderamento dos capitais ilícitos, marginais no sentido penal, que hoje dominam a economia de quase todo mundo, e é o hegemônico no ocidente, compreendido em seu sentido político, não geográfico.
Este capital financeiro – controlado pelas drogas, pelo tráfico de pessoas e de órgãos humanos, e que tem a colaboração do contrabando de armas – domina, atualmente, por corrupção, golpes e subornos quase todos os governos ocidentais e controla a maior parte do fluxo internacional de capitais. Representa um poder enorme, nada desprezível, para a vida de pessoas e para a existência de Estados Nacionais.
Com esta origem escusa, nada surpreende que os métodos torpes e ardilosos sejam usados para atingir seus objetivos, dentre os quais ressalta o controle planetário dos recursos naturais e daqueles processados, transformados, industrializados, ao controlar as empresas produtoras/transformadoras.
E facilmente se comprovam estas afirmativas observando que são as denominadas empresas “gestoras de ativos”, onde se destaca a BlackRock, que dominam o capital da ExxonMobil, da General Electric, da IBM e inúmeras outras multinacionais, de todos os ramos de negócio.
É a meta do capital ilícito, neoliberal, que nos insere na Era do Medo.
Em 1º de fevereiro de 2020, o portal Pátria Latina editou artigo de Chris Summers, com título “A economia mundial entraria em colapso se a City de Londres deixasse de fazer lavagem de dinheiro”.
Ora, caros leitores, quem é a City de Londres, quem é a Wall Street nova-iorquina, quem são estas praças de especulação financeira ao redor do mundo?
Aqueles desregulados centros, recriados, reformatados por Margaret Thatcher e Ronald Reagan, onde capitais tradicionais e ilícitos, com o mesmo objetivo do lucro rápido e fácil, aplicam sucessivos golpes na população em geral. Especialmente naquela classe média que sonha ser rentista.
Vamos transcrever do citado artigo um trecho especialmente adequado à formação da Era do Medo.
“Numa intervenção no Hay-on-Wye Book Festival (2016), o jornalista italiano Roberto Saviano disse ao público:
“Se eu perguntasse qual é o lugar mais corrupto do mundo, você poderia dizer-me que é o Afeganistão, talvez a Grécia, a Nigéria, o sul da Itália e eu vou dizer-lhe: é o Reino Unido. Não é a burocracia, não é a polícia, não é a política, mas o que é corrupto é o capital financeiro: 90% dos proprietários de capital em Londres têm sua sede no exterior”.
Em resposta, Nicholas Wilson (advogado britânico), disse: “Concordo com isso. Ele está falando sobre a City de Londres, que é a capital mundial da lavagem de dinheiro. Nada pode ser feito para limpar a City. Se algum político tentasse desmantelá-la, a economia mundial entraria em colapso. O dinheiro das drogas foi a única coisa que manteve em funcionamento os bancos durante a crise financeira de 2008”.
Em 2016, o Home Affairs Select Committee declarou que 100 bilhões de libras de dinheiro ilícito eram lavados no mercado imobiliário de Londres todos os anos”.
Neste mesmo artigo, onde confirma a péssima reputação do banco inglês HSBC, criado para servir de suporte financeiro na guerra do ópio empreendida pelo Reino Unido contra a China, 1839 – 1860, também se lê:
“Rona Fairhead, ex-diretora do HSBC, que também foi presidente do BBC Trust e é atualmente membro da Câmara dos Lordes, foi ministra no governo de Theresa May, até maio do ano passado”.
E há quem diga que corrupção é no Brasil. Que a Lava Jato, criada na inteligência estadunidense para extinguir a competitiva engenharia brasileira, foi necessária. Isso também nos dá medo.
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado