Artigo

A grande queda

Data da publicação: 04/05/2016

O impeachment da presidente Dilma Rousseff é fruto da união que sempre assolou o Brasil: interesses estrangeiros com as elites locais.

As informações recentes que trazemos os jornalistas da imprensa virtual dão conta que o Lincoln Gordon de hoje é mulher, enfim o empoderamento feminino, cujo nome é Liliana Ayalde. Podemos creditar-lhe a competente ação do golpe que deu nome a estes neogolpes: o Golpe Paraguaio.

Pois a senhora Liliana estava lá, representando seu país de 2008 a 2011, articulando com as elites locais a deposição de Fernando Lugo.

Veio para o Brasil em outubro de 2013, mas sofreu uma derrota com a eleição de Dilma. Nada valeram o IPES/IBAD de agora patrocinando um candidato típico do nepotismo e patrimonialismo das elites. A derrota nas urnas passou então ao golpe.

É da senhora Ayalde uma frase revelada: “O controle político da Suprema Corte é crucial para garantir a impunidade dos crimes cometidos por políticos hábeis. Ter amigos na Suprema Corte é ouro puro”, que recolho do renomado jornalista Caco Schmitt (RS-Urgente). E este Supremo, com maioria escolhida republicanamente pelos Governos Lula e Dilma, se encolhe confirmando a Embaixadora dos Estados Unidos da América. Trata-se de uma importante queda na atualização das instituições nacionais.

Apenas concluindo, ainda que sem completar, a ação estrangeira, é preciso dar uma razão do crime: os BRICS. Desde o momento em que o sistema financeiro internacional se apossou do governo norte-americano, toda a ação em prol do desenvolvimento industrial passou a ser hostilizada pelos EUA. Os BRICS surgiram exatamente da necessidade de se unirem às forças do desenvolvimento, da geração de empregos, de pesquisas que promovessem a real independência nacional. E, por favor, não me venham com velhos esquerdistas, pois está também nesta luta a Frente Nacional Francesa com Marine Le Pen e movimentos semelhantes em toda a Europa, escravizada pelo sistema financeiro internacional.

Desde as escutas na Presidência, na Petrobras, nos magistrados e Tribunais, como denunciou e comprovou Edward Snowden, o Brasil está preparado pelo exterior para receber o golpe que atingirá, primordialmente, a maioria absoluta da população, dos trabalhadores, e das riquezas nacionais, como o pré-sal. E depois, como também sempre ocorre, perseguindo a inteligência, o saber, outra vez exportando cérebros, para que aqui reine a ignorância, o analfabetismo facilitando a empulhação da grande imprensa, das Globos e Vejas.

Passamos para as elites locais. É nossa vergonha, por 500 anos, suportar estas famílias de escravocratas, ociosos, indolentes, rentistas e sem qualquer interesse no destino do Brasil. Sempre de olho no além-mar, seja Lisboa, seja Paris, seja Miami, que invejam e macaqueiam.

Esta elite sempre foi corrupta, a nossa história desde a colônia até hoje é farta em exemplos. Assim são também os capatazes desta elite, imitando os patrões e os seus padrões. Melhor exemplo de que o atual Poder Legislativo não se poderia querer. Veja, apenas, o caso do Senador Cristovam Buarque que “aceitou” caixa 2 em sua campanha eleitoral.

Este golpe tem como específico o triunfo da vilania e a corrupção de forma explícita. Embora sempre houvesse os Silvério dos Reis e os Ademar de Barros nos golpes brasileiros, eles eram figuras ocultas, estavam nas sombras, enxovalhavam o crime. Agora são personagens do primeiro plano: os que serão o presidente e vice-presidente desta triste república. É a queda da vergonha.

Este golpe é, em tudo, o que sempre se deu, com sucesso ou impedido pelo suicídio de Getúlio Vargas, em nosso País. Mas você foi marcado pela traição.