Petroleiros!
Estamos vendo a nossa empresa ser atacada diariamente e agora, por saberem que têm pouca ou nenhuma chance de reeleição de Bolsonaro/Guedes, os abutres se movimentam para tentar privatizar a Petrobrás. De um lado está o governo dos milicos e banqueiros onde o despresidente é um laranja. Eles mentem diariamente à população dizendo que a culpa dos preços dos derivados de petróleo é da Petrobrás e querem privatizar a estatal.
A política do PPI criada por Pedro Parente em outubro de 2016 foi mantida por Bolsonaro. Essa política transfere para a população de um país que encontrou as maiores reservas de petróleo em décadas (o pré-sal), o ônus de subsidiar a importação de derivados.
O PPI foi chamado de paridade de preço internacional, mas em verdade é paridade de importação, pois inclui no preço do combustível produzido a partir do petróleo nacional nas refinarias da Petrobrás (em algumas ela está vendendo e na Bahia, a multinacional que comprou a RLAM já aumentou o preço): frete do transporte de uma refinaria no Golfo do México, setor estadunidense, até o Brasil; custos de internação; transporte no Brasil até alguns lugares; seguro e margem de lucro.
Com essa política criaram uma enorme quantidade de importadores de derivados no Brasil. Com essa política também colocaram as refinarias da Petrobrás em ociosidade e fizeram a Petrobrás Distribuidora perdesse margem de participação no mercado antes de vendê-la. Foram ao CADE e se ofereceram para vender parte das refinarias e praticamente sair do gás.
Uma pergunta não quer calar: qual empresa privada contrataria ou manteria gestores que destroem o seu negócio? Talvez uma que tenha surgido e/ou crescido do desmonte da Petrobrás. Num evento sobre campos terrestres esse ano um dos palestrantes disse que as vendas de campos da Petrobrás criavam empresas como se isso fosse uma coisa boa. Talvez para quem não saiba a quantidade e qualidade do petróleo e gás natural desses campos, seja assim. Ou talvez para quem sabe e justamente por isso está de olho.
Somos um país de canibais. A elite não é “do atraso” apenas. É canibal. Ela quer se apropriar da infraestrutura pública, mas não se importa se as multinacionais estrangeiras levam o grosso e deixam-lhes farelos. São como as rêmoras seguindo o tubarão. Contentam-se com restos dos peixes graúdos. Mas nós assalariados somos é povo! Nós somos os verdadeiros donos de tudo o que está sendo saqueado. E quando somos Petroleiros somos ainda mais motivados a defender o que ajudamos a construir diariamente.
Amanhã, 2 de junho, teremos ato chamado pelas duas federações de Petroleiros, FNP e FUP. Por favor compareça ao ato! A Petrobrás foi criada pela luta popular no maior movimento social que o Brasil já viu: A Campanha do Petróleo sob o lema “O Petróleo é Nosso”. Foram anos de luta e muita organização. Em cada bairro havia um comitê e toda a sociedade estava envolvida: donas de casa, estudantes, militares, etc
Precisamos ter esse tipo de envolvimento da sociedade brasileira para salvar das garras dos abutres a Petrobrás, a Eletrobrás, o país! Nós Petroleiros temos que nos perguntar o que estamos fazendo nessa luta, o que podemos fazer e agirmos!! Precisamos de todos e cada um de nós!! A defesa da Petrobrás tem que vir de dentro dela!! Se as altas gestões querem implodí-la sejamos resistência! Que cada um de nós cumpra seu papel!
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Patrícia Laier – Geóloga. Vice-diretora de Comunicação da AEPET Nacional