Com as crises vem a redução das cargas, o que coloca o caminhoneiros autônomos numa posição de negociação totalmente desfavorável.
De maneira geral os caminhoneiros são avessos a movimentos de paralização, protestos, greves. A paralização de 2018 ocorreu porque o governo na época foi totalmente incompetente para compreender que o sacrifício de uma categoria tem limites.
À partir daí muitos caminhoneiros começaram a estudar formas de resolver seu principal e crônico problema: atender às exigências de seu sócio majoritário “o óleo diesel”.
Recentemente o presidente Jair Bolsonaro lançou um desafio aos governadores na busca de redução do preço dos combustiveis.
Disse que se os governadores zerassem a alíquota de ICMS nos combustíveis de sua parte ele eliminaria os impostos federais incidentes
Deixou claro também que estava aberto a novas sugestões.
Um caminhoneiro, presidente da Associação Nacional dos Transportadores do Brasil – ANTB , que congrega caminhoneiros autônomos de todo o Brasil, chamado José Roberto, desde a greve de 2018 vem estudando muito o assunto.
José Roberto sabe que a carga tributária sobre os combustíveis no Brasil é elevadíssima e precisa ser alterada. Nisto tem razão o presidente Bolsonaro.
Mas uma alteração desta magnitude vai exigir muitos estudos e a participação do Congresso Nacional. Nâo dá para fazer de uma hora para outra.
Entretanto, em seus estudos, José Roberto percebeu que existe um fator muito mais impactante do que os impostos e que poderia ser resolvido imediatamente : a política de preços da Petrobras.
A maioria dos brasileiros, pelas informações da mídia, acredita que a Petrobras baseia os preços cobrados em suas refinarias nos preços internacionais.
Mas esta não é a verdade inteira. Na realidade, desde de 2016 a Petrobras se baseia no chamado Preço de Paridade de Importação – PPI.
O que vem a ser Preço de Paridade de Importação – PPI ?
Trata-se de um esquema de entrega do mercado da Petrobras para seus concorrentes sob a alegação de que o Brasil é um mercado de livre concorrência e as distribuidoras merecem a oportunidade de importar derivados, se quiserem.
Ou seja, a empresa passa a fazer “caridade” com seus concorrentes.
Com o PPI na determinação dos derivados nas suas refinarias, atendendo o estabelecido pela administração, a Petrobras age como se fosse uma importadora.
Considera os preços internacionais, soma a eles os gastos com fretes do exterior para o Brasil os custos com internação dos produtos (gastos portuários e alfandegários) soma ainda o custo de seguro para precaver variações de cambio e preços, e também atribui uma margem de lucro. Assim é calculado preço de venda nas refinarias da companhia.
Isto não existe, e nunca existiu, em lugar nenhum deste mundo.
Além do “Fim do PPI já”, a ANTB prega uma redução dos impostos sobre os combustíveis (estaduais e federais) para no máximo 10%.
Com o presidente Bolsonaro eliminando os impostos federais e os governadores reduzindo a alíquota do ICMS para no máximo 10%, redução dos preços nas bombas traria um aumento do consumo que compensaria os governadores pela redução da alíquota.
Além da ANTB, a rádio Comando das Estradas, uma rádio montada em uma carreta de 9 eixos, que percorre o Brasil todo o território nacional, dirigida pelo caminhoneiro e jornalista Maurício Lima, também aderiu à campanha.
No próximo domingo (16) à partir das 8 horas a Rádio e TV CDE, fará o lançamento da campanha com diversas entrevistas.
A rádio pode ser acessada pela internet no www.radiocomandodasestradasfm.com.br
Vamos divulgar e principalmente participar. O principal mote da rádio é “A verdade doa a quem doer”.
Todos sabemos que os caminhoneiros, foram um dos principais alicerces da eleição de Jair Bolsonaro e esta fidelidade continua mantida.
É nesta qualidade de parceiros e colaboradores que está sendo lançanda a campanha pelo fim da política de preços da Petrobras “FIM DO PPI JÁ”.
Cláudio da Costa Oliveira é Economista da Petrobras aposentado