Há quase dois anos tentando contato com o governo federal e a direção da Petrobras para discutir as consequências da política de preços adotada pela petroleira, sem encontrar um interlocutor com poder de decisão, caminhoneiros decidiram iniciar uma campanha cujo mote é “Fim do PPI já”.
PPI é a sigla para Preço de Paridade de Importação, critério adotado pela Petrobras na determinação dos preços dos combustíveis em suas refinarias.
A maioria dos brasileiros, mal informada pela mídia, acredita qe a Petrobrás adota preços internacionais em dólares.
Isto seria ótimo se fosse verdade.
A Petrobáas na realidade adota o Preço de Paridade de Importação – PPI, que causa revolta dos caminhoneiros.
Mas o que é PPI ?
Para determinar o PPI , a Petrobrás apura o preço internacional em dólares e uma refinaria no exterior (por exemplo no Golfo do Mexico), soma a este preço o custo para transporte até o Brasil, soma o custo de internação do combustível no Brasil (gastos portuários e alfandegários), soma o gasto com seguro para garantir a estabilidade do câmbio e de preços no período de importação, e acrescenta ainda uma percentagem de lucro.
Ou seja, a Petrobrás precifica a gasolina o diesel e o gás de cozinha em suas refinarias, como se fosse um importador para revenda e não um produtor no Brasil. É um absurdo.
Os caminhoneiros em sua campanha, aproveitando o recente desafio feito pelo presidente Bolsonaro aos governadores, propõe a redução dos impostos (federais + estaduais), incidentes sobre os combustíveis para no máximo 10%.
Este assunto teria de ser discutido com os governadores e o Congresso Nacional, mas os caminhoneiros entendem que a redução dos preços, com a eliminação do PPI e a redução dos impostos, causaria um aumento do consumo que compensaria os governos estaduais pela redução da alíquota.
Como parte da campanha os caminhoneiros encaminharam carta ao presidente Bolsonaro e aos 27 governadores, que transcrevemos na íntegra a seguir:
Cláudio da Costa Oliveira
Economista da Petrobras Aposentado