fez sérias e esclarecedoras denúnciassobre a atuação nefasta da atual administração do fundo de pensão dos funcionários da Petrobras.
Entre outras coisas, Siqueira acusa que eles “atendem o Sistema Financeiro ( bancos e seguradoras ), que quer destruir as entidades de previdência fechadas e botar a mão nos R$ 850 bilhões de sua propriedade”. Mais efetivamente esclarece “a rentabilidade dos planos (Petros) piorou e os resultados financeiros aumentaram o déficit mesmo com as contribuições extras já efetivadas”.
Siqueira afirma que a gestão de Walter Mendes ( Presidente da Petros recentemente demissionário ) foi “marcada pela incompetência financeira e pelo acúmulo de novos déficits da ordem de R$ 10 bilhões”.
http://www.aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/2307-walter-mendes-deixa-a-petros
Enquanto isto, fundos de pensão de estatais estrangeiras vem ao Brasil participar da compra de rentáveis ativos que estão sendo postos à venda pela Petrobras de maneira descabida, fato já exaustivamente denunciado pela Aepet.
Tais ativos tem uma rentabilidade muitas vezes superior às metas atuarias dos planos da Petros.
Fica então a pergunta : por que a Petros não participa da compra destes ativos ? Não existe impedimentos legais para este negócio. Por outro lado seria uma contribuição enorme para solução do déficit do fundo.
Um claro exemplo foi a venda da Nova Transportadora do Sudeste – NTS ocorrida em 04 de abril de 2017.
A compra foi liderada pelo fundo de investimento canadense Brookfield , mas teve a participação dentre outros, da British Columbia Investment que presta serviços de investimento para o Plano de Pensão do Serviço Público no Canada.
Mas por que um fundo de pensão de serviço publico do Canada vem investir em ativos no Brasil ?
A resposta é clara pois trata-se de um ativo com risco zero e receita e retorno garantidos.
O Banco Itau, de onde é originário o demissionário presidente da Petros Walter Mendes, e que também participou deste butim, estimava que já em 2017, a NTS obteria um rendimento de 37% sobre o seu patrimônio.
http://www.discrepantes.com.br/2018/02/14/itausa-deve-receber-r-66-bi-para-compras/
Considerando que a meta atuarial do PPSP em 2017 foi de 8,87%, dá para imaginar o efeito benéfico que a participação em um negócio deste tipo traria para o plano.
De fato e segundo a Valor 1000 – Anuário, “em 2017 a NTS registrou um lucro líquido de R$ 1,8 bilhões, uma alta de 87% frente ao ano anterior ; receita quadruplicou em relação a 2016”.
Tem de se considerar que, pelo contrato, utilizando ou não o gasoduto, a Petrobras tem de pagar o aluguel mensal. A receita é cativa.
A NTS distribuiu R$ 1,3 milhões em dividendos antecipados e R$ 251 milhões a título de juros sobre o capital próprio em 2017.
Agora a Petrobras quer derrubar a liminar que impede a venda da Transportadora Associada de Gás – TAG, um negócio maior que o da NTS.
Informações dão conta de que as negociações estão avançadas com a francesa Engie.
https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKCN1MP2MZ-OBRBS?feedType=RSS&feedName=businessNews
A agência de notícias Blooberg informa que junto com a Engie está o fundo canadense “Caisse de Depot et Placement du Quebec” que é um administrador de vários planos de administração pública no Canadá.
https://en.wikipedia.org/wiki/Caisse_de_d%C3%A9p%C3%B4t_et_placement_du_Qu%C3%A9bec
A Petrobras está em negociação direta e poderia perfeitamente incluir a Petros no acordo. Afinal o dinheiro dos fundos canadenses é melhor do que o dinheiro da Petros ?
Outros fundos brasileiros como Previ, Funcef, Portos etc, deveriam também estar participando deste banquete. Por que não ?
Alex Prado é jornalista