Há enorme descompasso entre o modo de operar das grandes potências, especialmente as hegemônicas, e a percepção dele pelos cidadãos dessas potências e pelos povos à mercê delas.
Os centros de formação de opinião cuidam de manter inquestionada a suposta boa-fé dos dirigentes das ditas potências, servidores da oligarquia financeira. A “informação” da grande mídia seleciona, ao gosto dos oligarcas, as notícias e distorce as que não consegue ocultar.
Além disso, o sistema de poder age, há mais de um século, sobre os públicos-alvos para que absorva acriticamente a pseudo-informação, abusando da psicologia aplicada e de recursos tecnológicos aplicados sobre os órgãos sensores.
Isso inclui inculcar o hábito dos jogos e mensagens eletrônicos em crianças acima de dois anos (e até menos), formando seres humanos (?) capazes de reações ultrarrápidas, mas pouco afeitos ao raciocínio lógico e analítico. Exclui o contato direto entre as pessoas, que só se comunicam através dos meios eletrônicos.
Já nos anos de 1960, constatava-se a despolitização da sociedade, alienada e inundada de marketing e merchandising, e a concentração financeira e econômica continua conduzindo ao absurdo, sem que as instituições ditas democráticas ofereçam chances às grandes maiorias marginalizadas de mudar essa situação.
Joseph Stiglitz escreveu, em 2011, que os EUA se tornavam um país “dos 1%, pelos 1% e para os 1%”. Esses já recebiam quase 25% da renda e controlavam 40% da riqueza. No âmbito mundial, informa relatório do banco Crédit Suisse, os 1% dos mais ricos controla 50% da riqueza.
As transformações estruturais têm sido desfavoráveis ao emprego e ao equilíbrio na distribuição da renda. Dos anos 50 ao presente, os lucros da indústria manufatureira caíram de 60% do total para 20%, e os do setor financeiro subiram de 10% para 30%.
O emprego na manufatura desceu de 30% para menos de 10%, e a finança permanece com 5% desde sempre. Há cada vez menos empregos qualificados, estando o grosso nos serviços de baixo conteúdo tecnológico. Nesse país mais poderoso do Ocidente, um sexto dos habitantes passa fome.
Mas não sofrem de recessão as indústrias de equipamentos e armas de guerra e as ligadas ao terrorismo de Estado, espionagem e ingerência, inclusive sustentando copiosas bases militares em todos os continentes e financiando intervenções imperialistas.
Agora, e em especial na Síria, a Rússia vem-se contrapondo ao bullying exercido pela potência hegemônica e, por isso, vem sendo agredida diretamente e por satélites do império angloamericano, como União Europeia, Ucrânia e Turquia.
Daí, enfrenta sanções econômicas e atos de guerra,como a derrubada, pela última, de avião militar sobre o espaço aéreo da Síria, onde a ofensiva de mísseis e bombardeiros russos foi decisiva para conter o Estado Islâmico, apoiado pelo império que alega combatê-lo.
Grandemente hostilizada, a Rússia expôs provas desse apoio e ameaça expor fotos de satélite captadas quando da implosão das Torres Gêmeas de Nova York, em 2001.
De há muito, a Associação dos Arquitetos e Engenheiros pela Verdade e outras, cidadãos e cientistas e norte-americanos — mesmo reprimidos — demonstraram ter essa implosão sido ato de terrorismo de Estado, para intensificar o Estado policial e “justificar” as intervenções genocidas no Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria.
Evidente e provado está que as estruturas de aços especiais daquelas Torres ruíram e pulverizaram-se, em poucos segundos, o que só é possível com dezenas de toneladas de explosivos especiais capazes de produzir fogo a 3.000 graus centígrados.
Terroristas da Al Qaeda (colaboradores dos serviços angloamericanos), não teriam a menor capacidade para esse trabalho, só possível para os serviços de segurança e FFAA dos EUA.
Publicado em 19/01/2016 em A Nova Democracia.