Artigo

O covil dos traidores

Data da publicação: 30/07/2019

na reflexão de alguns importantes sociólogos brasileiros. E, em outra vertente de indagação, causa estranheza,a razão de entregar, com alegria e sempre emoldurada com mentiras técnicas, aos estrangeiros, patrimônios estratégicos construídos,ao longo do tempo, com o sacrifício e com a inteligência do nosso povo.Em ambos os casos,o povo com com passividade e a elite com conivência. Ouvimos apens o silêncio dos medrosos. Eles aceitam que os 14 milhões e desempregados e os 20 milhões de subocupados são resultados do novo mercado, essa entidade milagrosa que paira acima do mal. Infelizmente faz parte também da nossa genética social, o mesmo silêncio dos medrosos em relação aos Traidores, que ocupam posição de mando no estamento social, e, que sob o martelo da Bolsa de Valores, entregam nossas empresas, nossa inteligência ali incorporada, nossa capacidade de gestão e inovação e nossos empregos.

Esse Covil de Traidores é formado de indivíduos que jamais pregaram um prego ou apertaram um parafuso para a construção de qualquer empreendimento que pudesse significar parte de nossa independência econômica, de nosso orgulho como nação, e por inspirar respeito aos outros povos.

Mas eles apenas sabem oferecer, vender, presentear, entregar, desinvestir, criar novos modelos de gestão, manipular os bens públicos, construídos com o sacrifício da poupança pública e que têm significado para a nossa História.

Que continuemos a nos omitir da politica é tudo que os malfeitores da vida pública mais querem”,

sentenciou um grande pensador e lutador contra o fascismo alemão.

(Bertolt Brecht)

O atual presidente da Petrobrás confessa que sua inspiração para vender a Petrobrás tem origem em seus sonhos de mercador. O outro, da mesma Escola, em pronunciamento público no exterior, concitou os americanos a comprarem tudo o que quiserem pois, no Brasil de hoje, tudo está à venda, em liquidação.

A BR Distribuidora foi constituída em 1971 e nesses 48 anos, sob o controle da Petrobrás, ofereceu à população brasileira, à nossa economia, em todos os estados, uma rede de 7.665 postos de serviços com bandeira BR e unidades próprias. Para a população de baixa renda, garantiu o querosene para o lampião no lugar da lenha; para os de renda média, a gasolina; e, para os caminhoneiros, o diesel.

Neste nosso território continental a eficiência dos serviços e responsabilidade do abastecimento estavam acima dos lucros e dividendos para os acionistas. É reconhecido tambem que foi pioneira na revolução da arquitetura dos postos e das lojas de conveniência. A BR atende a 12 milhões de consumidores. Abastece 14.000 grandes industrias. Instalou 5 grandes armazéns para lubrificantes. Construiu 39 bases próprias de armazenamento de derivados de petróleo e 5 bases em pool com outras empresas. Atua em 99 aeroportos nas cinco regiões do país. Essa gigantesca infraestrutura nacional foi construída pelos empregados da Petrobras e é mantida atualmente por 3 mil silenciosos empregados. O resultado financeiro, ao longo dos 48 anos de atuação, sempre superavitário. Em 2018, o balanço registra R$ 3.2 bilhão de lucro, com uma Receita Liquida anual de R$ 97.7 bilhões, o que a coloca como a segunda maior empresa comercial do país.

Presidente da BR também presidiu a EXXon

Por ser exemplarmente vitoriosa em seus desafios mercadológicos, recebeu do Covil de Traidores a ordem para vender o controle de seu capital, exercido pela Petrobrás, inicialmente para a “Banca”, composta pelo Citi, J.P Morgan, Credit Suisse e XP Investimentos, com palestra de Deltan Dallagnol provavelmente sobre corrupção nas estatais no mundo do petróleo. A Petrobrás deverá receber R$ 9.6 bilhões pela venda do controle de uma de suas mais importantes subsidiárias, valor esse abaixo do valor de venda dos 239 quartos do Hotel Copacabana Palace.

O atual presidente da BR Distribuidora foi presidente da EXXon e segue religiosamente os ensinamentos do fundador dos monopólios privados no mundo do petróleo, John D.Rockefeller, que costumava dizer: ”Uma amizade criada nos negócios é melhor do que o negócio nascido na amizade”.

Do Covil dos Traidores vieram à tona essas amizades e esses vergonhosos negócios que retiram do pais o controle e o fluxo de suas riquezas, produzidas pelo trabalho dos brasileiros.

Sylvio Massa de Campos
Economista aposentado da Petrobrás
Ex Superintendente de Distribuição da Petrobrás
Ex Diretor Comercial da BR Distribuidora

 

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