Em entrevista à imprensa, o atual presidente da Petrobrás revelou pleno conhecimento da farsa praticada pela empresa que se apropriou dos ativos rentáveis da BR Distribuidora e, em especial, do uso, com toda desfaçatez, do símbolo da empresa.
O presidente da Petrobrás não adiantou que providências jurídicas tomará para recuperar o forte sinal visual de comunicação da Petrobrás com a sociedade. Acredito que romper esse vínculo fraudulento que induz propositadamente o consumidor ao engano de ser abastecido nos postos de serviços da Petrobrás, com produtos que talvez não tenham sido produzidos por ela, deverá ser seu próximo gesto. Caso contrário, a Petrobrás será conivente com a chicana que foi estabelecida por uma desastrosa administração, ao conceder o uso de seu próprio nome.
Julgo que o atual presidente da Petrobrás não tenha conhecimento de como foi criado esse símbolo e o significado político de sua criação. Serei breve nesse registro.
Havia uma Superintendência de Distribuição, antes da BR Distribuidora, e foi solicitado e apresentado à Diretoria um planejamento para renovar a distribuição de combustíveis no país, sob o aspecto de arquitetura, imagem e serviços. Para a criação do símbolo BR, o respeitável intelectual e designer, Aloisio Magalhães, aceitou o desafio e em paralelo foi formado um grupo também de artistas e convictos nacionalistas para adornar a imagem criada – BR Petrobras Distribuidora:
Ziraldo, criador da primeira folhinha para ser distribuída aos caminhoneiros;
Decio Pignatari, poeta concretista, criador da palavra LUBRAX;
Djanira, pintora de renome internacional, criou a agenda BR para ser distribuída aos consumidores nos postos de serviço;
Henfil, projeto de cartilha para os frentistas sobre limpeza, educação e apresentação;
Dilson Pereira projetou uma nova arquitetura para os postos e foi prêmio na Alemanha com a arquitetura dos Posto da Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro.
Com o nome Petrobrás à frente, foi possível estabelecer acordos com vários governos estaduais para a implantação dos postos de serviço.
O Aterro do Flamengo, com os Jardins de Roberto Burler Marx; a orla da praia de Copacabana; a Lagoa Rodrigo de Freitas, locais nobres da cidade que acolheram o nome Petrobrás.
O mesmo ocorreu em São Paulo, em Maceió, em outros estados e ao longo da Transamazônica.
O símbolo BR está fixado na entrada da sede da Petrobrás, na Avenida Chile e foi incorporado em suas cores nas instalações da Petrobrás. Um grupo de Víboras do mercado financeiro criou a empresa Vibra e apossou-se do patrimônio, criado por convictos petroleiros em defesa da Petrobrás e em acirrada luta com as multinacionais.
A Petrobrás não deve continuar a ser conivente com essa farsa junto à população que está sendo enganada.
Sylvio Massa de Campos – Ex-Guperintendente Geral de Distribuição e Ex-Diretor da BR Distribuidora