Criada em outubro de 1953, após o maior movimento Cívico da história do Brasil, quando o petróleo era apenas um sonho, a Petrobrás vem resistindo bravamente aos ataques dos entreguistas de plantão que tentam, por todos os meios, enfraquecê-la para privatizá-la. E ainda conquista prêmios internacionais por sua excelência tecnológica. Todos aqueles que vieram para a empresa para privatizá-la acabaram desistindo, como Mota Veiga, Ivan Monteiro, Aldemir Bendine, o próprio Pedro Parente. Muitos verificaram o crime de lesa-pátria que estariam cometendo. Esperamos que Castello Branco siga na mesma linha.
Após a descoberta do pré-sal, a maior descoberta petrolífera dos últimos 30 anos, que pode ter uma reserva superior a 150 bilhões de barris e transformou o sonho em uma bela realidade, esta pressão sobre a Companhia recrudesceu de forma avassaladora. Apesar da substituição da Lei de Concessão (de FHC, que dava todo o petróleo para quem o produzisse, ficando o país com cerca de 35%, contra a média de 82% que os países exportadores recebem) pela Lei de Partilha, que retomou a propriedade de petróleo para a União Federal, o seu autor está preso. E quem defendeu a continuidade da Lei de partilha sofreu um golpe e foi deposta.
Pedro Parente, na presidência do Conselho de Administração, junto com Reischstul, então na presidência da Companhia, tentaram privatizá-la em 2001, chegando a mudar o seu nome para Petrobrax para facilitar a pronuncia dos seus futuros donos. Colocado por Temer, de volta na presidência da Companhia, em 2016, Parente retomou o projeto de desmonte. Vendeu ativos com prejuízo da ordem de R$ 200 bilhões, entregando campos de reserva comprovada e altamente promissora como Carcará, como Lapa e Iara já produzindo com alta produtividade. Outros exemplos: vendeu a Gaspetro por menos da metade do seu valor real, para uma empresa japonesa envolvida na lava-jato; e a Liquigas por um preço que não cobria nem os botijões que ela tinha em estoque. Esta venda foi anulada pelo Cade, pois criava o monopólio privado. Ambas são geradoras Operacionais de Caixa, o que permitia reduzir, mais rápido, a dívida feita para viabilizar a produção dos campos do pré-sal. Agora venderam a BR Distribuidora.
Aliás, com a entrada em produção de campos do pré-sal, a dívida foi reduzida de US$ 120 para US$ 69 bilhões, sendo 75% dessa redução por conta da Geração Operacional de Caixa e apenas 25% devido à venda de ativos. Estimamos que, se não tivesse havido a venda de ativos, a redução da dívida seria a mesma, visto que os ativos vendidos, inclusive os campos de Lapa e Iara, teriam causado a mesma redução pela Geração de caixa.
Temos hoje o entreguista Paulo Guedes na presidência efetiva do País e o presidente eleito Bolsonaro no papel de bobo da corte. Guedes, nos EUA declarou que vai vender tudo. Como super ministro da economia ele falou muito, mas até agora não realizou nada em termos de recuperação econômica. Não tem um plano concreto de recuperação da economia e o seu planejamento estratégico é zero. Ele joga toda a sua estratégia na reforma da Previdência, mas ela não gera resultado no curto prazo. Agora ele vai vender a área da cessão onerosa, que era da Petrobrás, prometendo apurar R$ 150 bilhões, mas vai entregar ao cartel do petróleo uma riqueza da ordem de R$ 2,5 trilhões, segundo estudo do engenheiro Paulo Cesar R. Lima.
Sempre é bom lembrar que a Noruega saiu da condição de segundo país mais pobre da Europa para a condição de país mais desenvolvido do mundo, melhor IDH dos últimos cinco anos. Isto porque criou uma estatal para gerir o seu petróleo em favor do povo norueguês. A Statoil, com o apoio de um governo nacionalista, gerou desenvolvimento tecnológico e social social como excelência em saúde, educação e bem estar social.
O pré-sal dá uma perspectiva ainda mais promissora ao Brasil devido ao volume imenso de suas reservas. Para isto transformar o Brasil numa imensa Noruega é preciso dar condição a Petrobrás de desenvolver esse patrimônio. E a Petrobrás já mostrou que tem condições para isto, pois ganhou quatro prêmios internacionais por sua excelência em tecnologia, descobriu todas as reservas que o País possui – mesmo em áreas como Libra, que a Shell perfurou e abandonou como subcomercial.
A Petrobrás investe no País, paga os impostos corretamente, desenvolve tecnologia e gera emprego de qualidade para o povo brasileiro. As multinacionais exportam o petróleo, o lucro e geram empregos lá fora. Fraudam a produção superdimensionando os custos de produção e através de medição fraudulenta. É preciso frear esse desmonte da perspectiva de um país pujante e potencialmente desenvolvido. Impedir que o nosso futuro seja vendido a preço de banana. Os países africanos que descobriram reservas maiores que as norueguesas e entregaram para o cartel do petróleo estão na miséria.
Temos que optar por ser uma grande Noruega (usando a Petrobrás para produzir o pré-sal) ou nos resignarmos a ser uma pobre e gigantesca Nigéria entregando o petróleo ao Cartel.
A Petrobrás é uma história brasileira de sucesso. Portanto, temos que apoiá-la, preservá-la e fazer com que ela exerça o seu imenso potencial para tirar o país dessa condição miserável que hoje enfrentamos. O país mais viável do planeta está numa situação miserável e inaceitável. Isto porque nossos dirigentes não têm um mínimo de visão e de patriotismo. Surpreende que os militares, tradicionalmente nacionalistas, estejam hoje cúmplices de um desmonte de uma Nação com enorme potencial. Vamos juntos trabalhar para acordar desse pesadelo.
Viva a Petrobrás! Viva o Brasil! Viva o povo brasileiro!
Fernando Siqueira