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Petrobrás pretende distribuir R$ 28 bilhões por ano em dividendo nos próximos cinco anos

Data da publicação: 10/01/2020

A Petrobras, cujo presidente Castello Branco, diz que está em recuperação financeira, pretende distribuir cerca de R$ 28 bilhões (US$ 6,8 bilhões) por ano em dividendos entre 2020 e 2024. 

Em 28 de novembro de 2019, a empresa divulgou em seu site o novo Plano de Negócios e Gestão – PNG para o período 2020/2024. Muito suscinto, o documento apresentado tinha apenas quatro páginas. Não apresentava o quadro de Usos e Fontes.

http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/aprovamos-plano-estrategico-2020-2024.htm 

Em 03 de dezembro de 2019, divulguei um artigo criticando, entre outros aspectos, o fato de o documento não apresentar esta informação, como a seguir:

https://aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/3998-plano-estrategico-da-petrobras-prejudica-o-brasil-detona-o-consumidor-brasileiro 

Em 04 de dezembro de 2019, em apresentação em Nova Iorque, o quadro de Usos e Fontes foi apresentado conforme abaixo:

Petro

Notem que existe a previsão de distribuição de US$ 34 bilhões no período (2020/2024) em dividendos, uma media de US$ 6,8 bilhões por ano.

Mas notem também que para pagar estes US$ 34 bilhões em dividendos (Usos) vão ser vendidos US$ 30 bilhões de ativos da empresa.

Qual o motivo do esconde-esconde ?

Por que tanta falta de transparência ?

Vejam também que a Geração de Caixa apresentada é após pagamento de impostos e depósitos judiciais.

Portanto, provavelmente, temos ali ocultos gastos com a RMNR e compensações para a Petros.

Em julho de 2018 o ministro do STF Dias Toffoli suspendeu a tramitação do processo da RMNR no TST alegando:

São notórios os efeitos econômicos que a decisão do TST poderá acarretar aos cofres da Petrobras

Agora podemos demonstrar ao ministro que a Companhia dispõe dos recursos necessários.

O ministro pode questionar quais os valores e os processos estão incluídos na Geração de Caixa (depósitos judiciais).

Caso haja exigência de algum recurso “extra”, basta reduzir um pouco o pagamento de dividendos.

O processo continua parado aguardando decisão colegiada do STF.

Vamos continuar acompanhando (se possível).

Cláudio da Costa Oliveira é Economista da Petrobras aposentado

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aepet.org.br