A Petrobras, cujo presidente Castello Branco, diz que está em recuperação financeira, pretende distribuir cerca de R$ 28 bilhões (US$ 6,8 bilhões) por ano em dividendos entre 2020 e 2024.
Em 28 de novembro de 2019, a empresa divulgou em seu site o novo Plano de Negócios e Gestão – PNG para o período 2020/2024. Muito suscinto, o documento apresentado tinha apenas quatro páginas. Não apresentava o quadro de Usos e Fontes.
http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/aprovamos-plano-estrategico-2020-2024.htm
Em 03 de dezembro de 2019, divulguei um artigo criticando, entre outros aspectos, o fato de o documento não apresentar esta informação, como a seguir:
Em 04 de dezembro de 2019, em apresentação em Nova Iorque, o quadro de Usos e Fontes foi apresentado conforme abaixo:
Notem que existe a previsão de distribuição de US$ 34 bilhões no período (2020/2024) em dividendos, uma media de US$ 6,8 bilhões por ano.
Mas notem também que para pagar estes US$ 34 bilhões em dividendos (Usos) vão ser vendidos US$ 30 bilhões de ativos da empresa.
Qual o motivo do esconde-esconde ?
Por que tanta falta de transparência ?
Vejam também que a Geração de Caixa apresentada é após pagamento de impostos e depósitos judiciais.
Portanto, provavelmente, temos ali ocultos gastos com a RMNR e compensações para a Petros.
Em julho de 2018 o ministro do STF Dias Toffoli suspendeu a tramitação do processo da RMNR no TST alegando:
“ São notórios os efeitos econômicos que a decisão do TST poderá acarretar aos cofres da Petrobras”
Agora podemos demonstrar ao ministro que a Companhia dispõe dos recursos necessários.
O ministro pode questionar quais os valores e os processos estão incluídos na Geração de Caixa (depósitos judiciais).
Caso haja exigência de algum recurso “extra”, basta reduzir um pouco o pagamento de dividendos.
O processo continua parado aguardando decisão colegiada do STF.
Vamos continuar acompanhando (se possível).
Cláudio da Costa Oliveira é Economista da Petrobras aposentado