A reunião foi realizada na Petrobrás no 7º andar no dia 14/06/2010 às 14h30, com a presença do Fernando Siqueira (Presidente da AEPET), Pedro Carvalho (Vice-Presidente da AEPET), Diego Hernandes (Gerente de Recursos Humanos, RH, da Petrobrás), Regina Valle (RH da Petrobrás).
Inicialmente, foi feita uma apresentação enfocando os trabalhos de admissão e treinamento de pessoal até 2020 tanto para a área de nível superior quanto para a de nível médio.
Foram apresentados números do efetivo da Petrobrás em 2010 (59.433 empregados) e previsão para 2013 (64.605 empregados), sendo 4.900 de nível superior.
Foi apresentado um programa de treinamento para as diversas especialidades de nível superior, inclusive para a carreira em Y, onde alguns técnicos serão treinados para a área de gerência.
Foi enfatizado que a saída de pessoal da Empresa tem ficado em torno de 1,5 % do efetivo de cada especialidade, sendo que no caso de geólogos e geofísicos este percentual oscila em torno de 2,2%. Estes percentuais englobam demissão, aposentadoria e morte.
A AEPET argumentou que este planejamento de pessoal está muito aquém das necessidades do pré-sal, no que o gerente Diego concordou e afirmou que para o pré-sal os números indicados serão maiores, mas ainda não estão definidos.
Foi ponderado que a demanda por engenheiros será muito grande nos próximos anos, não só por causa do pré-sal mas também porque outras atividades do País irão concorrer com a Petrobrás; a saber: obras do polo petroquímico, copa do mundo de 2014 e jogos olímpicos de 2016 entre outros.
Nas atividades do pré-sal serão necessários 100.000 engenheiros. Se a Petrobrás não mudar, o seu RH vai perder muitos engenheiros e outros técnicos.
Foi enfatizado pela AEPET que as mudanças no Plano de Previdência BD (Benefício Definido), para pior, com a criação do Petros 2, e a utilização intensiva de remuneração variável como forma de pagamento dos empregados da Empresa para achatar o salário dos aposentados, diminui as expectativas de progresso e de permanência na Companhia pelos novos empregados. Quando um empregado da ativa vê o que está acontecendo com os aposentados….
O RH concordou que as mudanças no Plano de previdência poderiam influir nessa permanência, porém insistiu que a saída de técnicas tem sido pequena conforme a estatística apresentada.
AEPET lembrou uma das respostas do RH em suas cartas que dizia que havia cerca de 130 consultores técnicos ganhando cerca de R$ 18.300. Mas eram somente 130, num universo de 20.000. E os que não eram consultores ganham na faixa de R$ 8.700,00. Esse salário está muito baixo em relação ao mercado de trabalho no setor petróleo, além de criar uma disparidade salarial gerando descontentamento.
Dissemos que o fato do salário mínimo de engenheiro estar abaixo do previsto em Lei, é exemplo relevante, mas o que chega a ser gritante é o fato de estar tão baixo que chegou a esse nível. Lembrou que ele é menos da metade do inicial das grandes estatais. Se a Petrobrás não consegue competir com essas empresas, como competir com as concorrentes, inclusive estrangeiras, do setor petróleo? Isto tem que ser revisto já.
A AEPET lembrou também da terceirização acima de 200.000 como ponto negativo. Diego argumentou que nem tudo era terceirização. Que havia empregados de empreiteiras computados nesse número, mas esse número está no balanço da Petrobrás. Portanto, gostaríamos de ter o número real, sob a ótica do RH. Avisamos que faremos carta solicitando esses números corretos. Há informações de muitos terceirizados atuando nas atividades fins, inclusive, na operação têm-se fiscais terceirizados fiscalizando obras.
A terceirização é ruim para todos: para o empregado que trabalha sem segurança, sem treinamentos, sem os devidos encargos sociais; para a Petrobrás porque trabalha com pessoas menos qualificadas e não retem a memória técnica da tecnologia desenvolvida. Além disto, há muitos casos de mestres e doutores da Petrobrás fiscalizando, trabalho de técnicos terceirizados com treinamento inferior.
Concluímos mostrando a nossa preocupação de que a Petrobrás precisa ter um corpo técnico competente, afinado com os objetivos da Empresa e do País. É preciso que esse corpo técnico esteja satisfeito em termos salariais e de ambiente de trabalho. Afinal a Petrobrás será encarregada de desenvolver o pré-sal, portanto necessita de um corpo técnico muito motivado.
Diretoria da AEPET
Rio de Janeiro, 07 de julho de 2010