Artigo

Sem mobilização, Brasil volta a ser colônia

Data da publicação: 24/10/2016
Autor(es): Henrique Sotoma

Observem a cronologia política de alguns fatos que parecem estar todos relacionados com a finalidade de evitar, a todo custo, o avanço do Brasil rumo a um desenvolvimento econômico e industrial e de ser uma potencia regional.

A organização Diálogo Interamericano (1980), reúne países da América do Sul, Caribe,EUA,México e Canadá. Dela surgiu o Consenso de Washington (1989), do qual saíram algumas regras básicas. Entre elas podem ser citadas:

(a) Redução dos gastos públicos;

(b) Reforma tributária;

(c) Juros de mercado;

(d) Câmbio de mercado;

(e) Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições;

(f) Privatização das estatais;

(g) Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas); etc., etc.

Observemos que isso passou a ser uma política oficial do FMI a partir de 1990 com a finalidade de promover o ajuste econômico dos países emdesenvolvimento (Chile,Argentina,Brasil,etc).

De 1994 a 2002 houve a maior entrega das empresas estatais para o setor privado (nacional e/ou estrangeiro) juntamente com a cumplicidade das grandes mídias.

Em 2003, com a entrada de um governo voltado mais para o social, pois era proveniente do paupérrimo Nordeste e com um programa voltado para os mais necessitados (Fome Zero,Programa do Primeiro Emprego,ampliação do Bolsa Família,Minha Casa Minha Vida,etc) e com aprovação de leis evitando a completa destruição da maior empresa estatal do Brasil que é a Petrobrás e, a continuidade desses programas com a eleição em 2010 e reeleição em2014 era necessário estancar essas políticas contrárias ao Consenso de Washington.

Daí os acontecimentos envolvendo o afastamento da ex-presidente e agora, o atual deve apressar as reformas nos próximos dois anos, pois, não se sabe o que pode acontecer na eleição para 2018. Observem os itens (a) e (g) listados no Consenso que fazem parte dos trabalhos em andamento no Congresso Nacional.

Conclusão: Se quisermos evitar a destruição da Petrobrás e também da classe trabalhadora, é melhor que os nossos colegas da ativa participem das discussões! É a minha opinião pessoal como petroleiro aposentado.