Sem precisar vender nada, a Petrobras tem redução de dívidas acima do volume de desinvestimentos projetados
A “nova” diretoria da Petrobras insiste com a política chamada de “desinvestimentos”, onde prevê a venda de “ativos” que segundo argumentam seria para reduzir as dívidas da empresa.
A projeção para este ano era de venda de ativos no valor de US$ 14,4 bilhões. Depois de anunciar venda da malha de gasodutos do Sudeste, UTEs e Terminais de GNL, hoje foi anunciada a venda de campos de petróleo no litoral do Ceará.
Pois bem, só com a redução do câmbio e do valor do dólar, mesmo considerando a subida de hoje (cotado a US$ 3,295), a redução da dívida em reais da empresa estaria hoje em R$ 53,5 bilhões.
Pois bem, este valor é bem maior do que as vendas totais de ativo que havia sido projetada para este ano, incluindo a lista acima, no valor de US$ 14,4 bilhões, que hoje equivaleria a R$ 47,4 bilhões.
Assim, com o ganho cambial se teria ainda a diferença de R$ 6 bilhões sem precisar vender nada, o que seria no mínimo questionável, neste momento de baixa do ciclo do petróleo.
Em tempo:
Hoje, a ANP, informou oficialmente que a produção total de óleo e gás no país somou 3,115 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), o que representa uma alta de 3,9% ante maio de 2015 e de 7,67% ante abril deste ano.
Pré-sal já é responsável por 36% da produção total no Brasil com 1,146 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Essa produção foi alcançada em apenas 56 poços, o que dá uma média extraordinária de 20,4 mil barris por dia, por poço.
Publicado em 05/07/2016 em Blog do Roberto Moraes.