Com a constatação da presença de petróleo no pré-sal abaixo dos reservatórios do pós-sal, nos campos de Albacora, Marlim Sul etc., a Bacia de Campos, como já era do conhecimento dos técnicos da Petrobras, ganhou nova musculatura em termos de acúmulo de volumes potenciais e contingentes, todos em área onde a Petrobras é proprietária majoritária e opera em regime de concessão.
Isso também significa aumentos de arrecadação para o estado e municípios do Rio de Janeiro, em absoluta penúria por inações dos governos federal e estadual. A produção advinda de reservatórios do pré-sal aí, na Bacia de Campos, é uma certeza, e os volumes provados da Petrobras, após delimitação, são uma quase certeza absoluta.
Não sei porque diabos a Exxon tem que participar deste projeto que já tem grande parte da infraestrutura pronta, conforme sugerido em diversas matérias publicadas na grande mídia, onde o senhor Pullen Parente expressa e exalta a necessidade de se consorciar com outras grandes empresas, e que a parceria com a Exxon é mais que necessária.
Pergunto: para quem, cara-pálida? Pode ser até mais uma etapa rumo ao “conveniente” projeto de privatização da empresa que vem sendo feito passo a passo e com grande maestria pelos atuais dirigentes e Conselho de Administração da Petrobras, com o objetivo precípuo de fazer valer um projeto nefasto, sem referendo popular, que o Governo Temer, denunciado por corrupção, vem executando.
São indícios demais que, somados, formam evidências, na linguagem jurídica propriamente dita, dando azo a uma comprovação real, baseada no domínio do fato”, tão mal utilizado no nosso país. Só não vê quem não quer ou para quem isso é conveniente.
Políticas de nação, hoje, são confundidas com políticas pequenas, necrosadas, podres mesmo, urdidas pelos políticos que ora dirigem a nação, tida qualidade do “ministro Marun”, que perderam completamente a vergonha ao fazerem chantagens explícitas e despudoradas contra os governadores, de só liberarem recursos com garantias constitucionais via Caixa, para os governantes que aderirem ao projeto político abominado pela população.
Nunca vi tamanha falta de princípios e ética e tamanhos e desmesurados cinismos como os dos governantes atuais, inclusive e principalmente do denunciado presidente da república, escrito propositadamente com letras minúsculas, do tamanho até maior que o seu mínimo quilate equivalente a pirita, mineral chamado de “ouro dos bobos”, que exala perfume de enxofre emanado dos domínios profundos de Plutão, o rei dos infernos.
Não entendo a passividade da população diante de tais atitudes de se tirar do povo o seu patrimônio. É algo tão estranho como o da população aceitar “spreads” bancários superiores a 200%, quando a Selic do governo e a CDI privada estão ambas na casa de 7%, com inflação prevista na casa de 2,8%, tornando o país um negócio de banqueiros de desmedidas usuras, e bota usuras nisso, sem que quaisquer governos de quaisquer matizes enfrentem este problema, inédito no mundo.
E olhem que ainda pagamos juros reais da ordem de 4% a.a., uma taxa das mais elevadas do mundo, com países desenvolvidos de taxas até negativas. Estes entre outros são os fatores reais da estagnação que o país atravessa, cuja recuperação econômica tão propalada só é sentida por quem a anuncia, enquanto os desempregos das classes média e pobre grassam e ainda são crescentes, com taxas escamoteadas pelo governo maquiando subemprego como emprego, para diminuir as taxas da ordem e superiores aos elevadíssimos 12%.
Também nunca vi um governo tão denunciado e desaprovado pelo povo ter tanto apoio cameral feitos por uma maioria de deputados e senadores, herdeiros hereditários de cargos e espaços políticos, a maioria denunciada por corrupção, como o atual ministro das Minas e Energia que quer a vendas de todas as estatais.
Estas entre outras dissonâncias permitem que o gestor Pullen Parente e séquito conduzam a administração nefasta da Petrobras. Na mídia séria, somente o Nassif, do GGN, de pouco espaço para divulgação das suas honestas análises econômicas, aponta a verdadeira nefasta verve do Pullen Parente e séquito, e de como desmontam dia a dia a Petrobras, quebrando elos da cadeia do poço ao posto, onde cada atividade tem volatilidade cíclica e compensatória.
Agora quando um elo apresentar maus resultados, não teremos o outro compensando as perdas, por não mais existir mais a cadeia como acaba de ser comprovado com a venda branca da distribuidora BR. Dar espaço para a Exxon no projeto pré-sal de Campos é a continuidade do desmonte. Acorda meu povo!
Luciano Seixas Chagas
Geólogo, trabalhou na Petrobras