Vamos compreender – para além das frases de efeito, da pretensa defesa do “mundo ocidental”, do slogan “Deus, Pátria e Família”, e inúmeras “fakes” que todos nós recebemos, diariamente, desde um anônimo whatsapp ao pomposo noticiário da Rede Globo ou da CNN Internacional – o que verdadeiramente carregam estas doutrinações.
1ª MENTIRA: O NEOLIBERALISMO DEFENDE A FAMÍLIA
As epidemias não foram invenção neoliberal, mas encontraram, neste sistema ideológico, um propagador; mais do que isso, o pesquisador de novos e mortais vírus.
Há razão para isso. O neoliberalismo não produz bens, é estéril. Ele apenas provoca a concentração de renda, de recursos, de fortunas. Ele especula para crescer e nada deixa para os que perdem. E tudo isso ficará demonstrado na exposição da segunda mentira.
O neoliberalismo começa a ganhar força no mundo a partir da década de 1960, com os hippies, o “proibido proibir” de maio de 1968, na França, o Festival de Woodstock, de 1969, e a Era de Aquário, cheia de drogas e do “nada haverá depois”, o mundo em Saint Germain de Près, elegante bairro de Paris.
O vírus Ebola, doença infecciosa altamente contagiosa, que atinge seres humanos e outros mamíferos, conhecido em 1976, e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA, em inglês AIDS), de 1981, tiveram origem nas pesquisas em laboratórios farmacêuticos, antes do poder neoliberal dominar o mundo ocidental, em 1990.
No século XXI tivemos, até agora, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), causada por coronavírus, cujo primeiro caso foi diagnosticado em 2003, e a H1N1, causada por mutação do vírus Influenza, que surgiu no México, entre os anos 2009 e 2010, também conhecido como gripe suína.
Em meio século, com crescente domínio das finanças apátridas, que se autodenominam “o mundo ocidental”, ou seja, que apenas incorporam 16% da população do planeta, já enfrentamos quatro vírus de laboratório, responsáveis, apenas o último, o covid19, por mais de três milhões de mortes em todo mundo.
A íntima relação entre as indústrias farmacêuticas e as finanças pode ser constatada nos maiores acionistas das oito grandes, em 2020.
Johnson & Johnson maiores acionistas: Vanguard Group, SSgA Fund, BlackRock, Geode Capital e Northern Trust.
Pfizer: Frank A. D’amelio, John D. Young, Mikail Dolsen, Vanguard Group, e BlackRock.
Roche: Fidelity Investment, Yorkville Asset Management, R.E. Dickinson Investment, Sierra Capital e BCI Asset Management.
Novartis: Dodge & Cox, Prime Cap, Loomis, Sayles & Co., Fischer Asset e Franklin Mutual.
Merck Sharp & Dohme (MSD): Vanguard, BlackRock, SSgA Fund, Geode Capital e Wellington Management.
GlaxoSmithKline (GSK): Dodge & Cox, Fisher Asset Management, Capital R&M, Parallax Volatility Advisers e T. Rowe Price Associates.
Sanofi: Dodge & Cox, Fisher Asset Management, T. Rowe Price Associates, Boston Partners Global Investors e Fidelity Management & Research.
AbbVie: Vanguard Group, BlackRock, SSgA Fund, Capital R&M e JP Morgan Investment.
Ou seja, a indústria farmacêutica, que pesquisa e dissemina morte, provoca a extinção das famílias, filhos sem pais, mulheres sem maridos, é um braço das finanças neoliberais que designam, mantém e promovem os Postos Ipirangas.
2ª MENTIRA: O NEOLIBERALISMO APOIA A EMPRESA PRIVADA E A COMPETITIVIDADE
Ninguém, minimamente informado, que possua dois neurônios, acredita que o neoliberalismo defenda o trabalho e o trabalhador. Baste constatar que, onde os neoliberais assumem o governo, o poder, entre as primeiras providências estão a “reforma trabalhista” e a “reforma previdenciária”. Ou seja, eliminar ou reduzir ao mínimo direitos trabalhistas e benefícios de aposentadoria e pensões.
Porém, eles também são contra os empresários, especialmente aqueles que prestam serviços ou produzem bens de consumo ou de capital.
Não trazemos “fakes”, apresentamos fatos. O que significa o Produto Interno Bruto (PIB) dos países?
O PIB é o resultado dos consumos, públicos e privados, do resultado líquido das exportações e importações e da formação bruta de capital.
Ora, este capital é quantificado pelos títulos emitidos, que, supostamente, estariam lastreados em bens já existentes ou a existir (produzidos ou comprados).
O que faz a economia neoliberal? Especula. Busca nos títulos rendimentos, pouco importando se existem bens que lhes deem sustentação. O PIB até cresce, mas a produção industrial cai.
A dívida dos Estados Unidos da América (EUA) está atualmente em 31,1 trilhões de dólares estadunidenses (USD). Notável é a progressão a partir da assunção ao poder das finanças apátridas. Em 1980, a dívida estava em torno de 1,25 trilhões. Em 1990, já se aproximava dos cinco trilhões USD, que ultrapassa na passagem do século, e, com a crise de 2008/2010, chega a USD 10 trilhões, dobra em dez anos e atingem os 31,1 trilhões neste segundo semestre/2022.
O caro leitor pode lembrar-se dessa notícia: “bilionário criador da Tesla, Elon Musk, acaba de comprar o Twitter por 44 bilhões de dólares, segundo a Reuters”. Mas isso não aconteceu. Por que? Ousamos entender que a distância entre os ativos reais e papeis sem lastro já era tamanha que 44 bilhões de dólares já provocariam outra crise de liquidez, semelhante ao “subprime de 2008”. Não havendo ativos para tocar o negócio, ele não pode acontecer.
A empresa privada não tem como crescer, por falta de consumidores, de clientes, e gera um círculo vicioso: ela não emprega, porque não tem para quem vender, e, não havendo salário, se reduz o consumo das famílias, o capital não é empregado em investimentos e vai para especulação. Esta é feita em papeis sem lastros que a princípio dão bons rendimentos (efeito pirâmide), mas chegam ao ponto de impedir negócios, como da venda do site de relacionamento Twitter.
Reduzindo o número de negócios e inviabilizando alguns, o neoliberalismo não impulsiona a empresa privada, mas o jogo, a aposta. Por isso, a equipe econômica do governo de Fernando Henrique Cardoso se referia às iniciativas e decisões que adotavam para economia brasileira de “apostas”.
Não há economia para o desenvolvimento, a economia é o resultado da sorte, um jogo. Mas o número de papeis sem lastro, de papel pintado pode até elevar o PIB, só não eleva a produção e o consumo, que movem os empreendimentos, a empresa e a competição.
Dos Indicadores Econômicos da CNI (Confederação Nacional da Indústria – Ano 5, Nº1, Dezembro 2021) retiramos: “A participação do Brasil na produção mundial da indústria de transformação caiu de 1,35%, em 2019, para 1,32%, em 2020”. “A participação do Brasil está em queda desde 2009. Apesar das perdas, o país se manteve entre os 10 maiores produtores industriais do mundo até 2014. Porém o Brasil foi superado pela Índia, em 2009, pelo México, em 2015, pela Indonésia, em 2016, por Taiwan, em 2018 e, no último ano, pela Rússia”. Atualmente, o Brasil está na 14ª posição no ranking dos maiores produtores industriais. E o mundo tem um cenário de guerra.
3ª MENTIRA: O NEOLIBERALISMO É DEMOCRÁTICO E PATRIÓTICO
O Brasil vive uma mentira. Porém ela interessa aos que atuam em favor do capital financeiro, apátrida e de origem criminosa. Por isso tudo é farsa, todas as manifestações são empreendidas como se fosse num teatro, num circo, numa ópera, que nada existe de realidade, só há fantasia nos palcos e picadeiros.
A figura emblemática da peça encenada atualmente, “Brasil 24 horas de Bolsonaro”, é o estadunidense Stephen Kevin Bannon, nascido aos 27 de novembro de 1953, preso em 20 de agosto de 2020, acusado de cometer fraude financeira através de desvio de recursos. Após pagar fiança, foi liberado e responde ao processo em liberdade.
Para os que não estão familiarizados com o processo judicial estadunidense, quase todas as questões são resolvidas por pagamento acordado entre as partes oponentes, mesmo uma delas sendo órgão público. Os julgamentos, como se veem em filmes, são exatamente isso criação cinematográfica: ficção, mesmo tendo por base fatos reais.
Com o neoliberalismo no poder, as eleições deixaram de ser expressão da vontade popular. Do jornalista Osvaldo Maneschy, no site do Partido Democrático Trabalhista (PDT), retiramos as seguintes informações.
A introdução dos computadores nas eleições brasileiras pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 1982, logo de saída deu problema. No Rio de Janeiro, o TSE fez vista grossa quando a empresa de informática Proconsult, controlada por arapongas do antigo Serviço Nacional de Informações (SNI) tentou, sem sucesso, fraudar as eleições no Estado do Rio de Janeiro para beneficiar Moreira Franco, do PDS, transformando votos de Brizola (PDT) em nulos e brancos.
Quem desejar mais detalhes pode procurar o livro “Plim-Plim, a peleja de Leonel Brizola contra a fraude eleitoral”, do jornalista Paulo Henrique Amorim que, em 1982, era chefe de redação do ‘Jornal do Brasil’.
Chegam as eleições presidenciais diretas de 1989, as primeiras sob nova Constituição. Conhecedor do Caso Proconsult, Brizola representa formalmente ao TSE, em nome do PDT, exigindo auditoria internacional do programa de informática que seria usado nas eleições presidenciais, já que naquela época o voto era em papel – mas desde 1982 a totalização dos votos era feita em computador. De novo, a justiça eleitoral, em setembro de 1989, desconheceu o pleito de Brizola. Não houve auditoria alguma, valeu o programa do TSE.
Vem a eleição de 1994, ganha por Fernando Henrique Cardoso (FHC). O FHC que, a pedido do TSE, apoia e autoriza repasse de recursos (via Banco Mundial) para a informatização total das eleições brasileiras. E finalmente, nas eleições municipais de 1996, chegam as urnas eletrônicas vendidas pelo TSE aos brasileiros, via marketing e campanhas milionárias, no rádio e na televisão, como 100% seguras. Urnas que inicialmente imprimiam o voto, para conferência, mas como ninguém reclamou por conta do sucesso da novidade – o TSE aboliu.
As urnas eletrônicas brasileiras foram abandonadas em todos os países do mundo onde foram usadas, por facilitarem fraudes e não permitirem que o eleitor seja fiscal do próprio voto. Foi assim na Holanda, que inventou as máquinas; na Bélgica; na Alemanha; nos EUA – onde são expressamente proibidas; na Índia e onde mais elas foram usadas.
Aqui se criou o teatro Bannon. Bolsonaro se diz descrente da urna, o Ministro do STF, colocado por Michel Temer, que teve passagem pelo caso Proconsult, pelo caso do painel eletrônico do Senado, atuou na oposição ao voto impresso em 2014, garante a integridade do voto, mas há muito mais do que simples opiniões. Há o interesse da dominação colonial do capital financeiro.
Orovisto Guimarães, dono da Positivo, empresa de computadores, que tem entre seus produtos a urna eletrônica, venceu de Roberto Requião a eleição para o senado, no Paraná, em 2018. O TSE, em 24/06/2022, noticia: (tse.jus.br/comunicacao/noticias/2022/Junho/justica-eleitoral-recebe-mais-de-206-mil-novas-urnas-que-serao-utilizadas-nas-eleicoes-2022) 224.999 urnas das 577.000 novas são da Positivo, cujo dono é o senador mais rico entre os pares.
No Rio de Janeiro, o segundo deputado federal mais votado é o general de divisão Eduardo Pazuello, sem antecedentes na política fluminense, e com um passado que pouco ajuda na escolha dos eleitores.
Em 24 de novembro de 2005, o website do Senado Federal, replicou a reportagem do Jornal do Brasil de título: “Do quartel para o ferro-velho”. Segundo a publicação: “um major cujo nome não foi revelado pode ser responsável pelo maior desvio de munição da História do Exército Brasileiro”. Pazuello era o comandante do Depósito Central de Munição do Exército Brasileiro em Paracambi.
Foi nomeado como secretário-executivo do Ministério da Saúde pelo ex-ministro da Saúde Nelson Teich para ser o segundo na hierarquia da pasta, em substituição a João Gabbardo. No momento da nomeação, em 22 de abril de 2020, Nelson Teich afirmou que a nomeação do general se deu pela sua experiência em logística. Mas segundo a BBC News Brasil, Pazuello entrou no cargo após os dois ex-minitros civis se recusarem a recomendar medicamentos sem eficiência comprovada, defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro. Em 19 de maio de 2020, Pazuello liberou o uso da hidroxicloroquina e cloroquina para o tratamento da COVID-19.
No dia 6 de junho de 2020, o ministro Pazuello retirou do ar os dados dos mortos de COVID-19. O fato ocorreu na mesma semana que o Ministério da Saúde tentou atrasar a divulgação dos dados para não serem reportados no Jornal Nacional (Rede Globo) e nos principais jornais do país. O Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) chamou a atitude de uma “tentativa autoritária, insensível, desumana e antiética de dar invisibilidade aos mortos pela Covid-19, não prosperará”.
Em janeiro de 2021, o sistema de saúde do Amazonas entrou em colapso, com disparada de casos do covid-19. Ficou conhecido como a crise de oxigênio em Manaus. Ridículo para quem se apresentou como especialista em logística.
No dia 25 de fevereiro de 2021, “Aos Fatos” publicou balanço com seis tópicos dos casos em que o Ministério da Saúde incentivou a desinformação sobre a pandemia de COVID-19:
Defesa da hidroxicloroquina;
Informações desatualizadas sobre o vírus;
Falta de transparência na divulgação de dados;
Ausência de campanhas preventivas;
Abandono de ações informativas;
Omissão de dados desfavoráveis ao governo.
Teria este passado recente influenciado favoravelmente 205.324 eleitores?
Toda esta pendência apenas beneficia a fraude, como a ausência de investimentos produtivos, o crime, e a produção de vírus, a morte.
É a quem estamos entregue, nós, o povo brasileiro que teme pelo comunismo, que nem sabe o que é, e não vê a corrupção nas ações do capital apátrida, muito maior do que o mais corrupto político, desde o Império, onde eles eram muitos, jamais ousou sequer pensar.
*Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado, Presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás – AEPET.
Fonte: Pátria Latina