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AEPET recebe RH da Petrobrás

Data da publicação: 13/01/2016
Autor(es): Rogerio Lessa

Na última terça-feira (12), O espinhoso tema da terceirização e a política de pessoal para os próximos anos foram objeto de debate, antecedido de apresentação de Alexandre Schimidt e Carla Rosa, da Gerência de Planejamento e Avaliação da Área de Recursos Humanos da Petrobrás.

Desde 2004, o número de terceirizados saltou de 120 mil para 320 mil na controladora e 360 mil em todo o sistema Petrobrás, em 2013, sendo que 160 mil atuando nas obras da Companhia. “As contratações acompanharam o plano de investimentos, que, paralelamente, saltou de cerca de R$ 4 bilhões por ano para R$ 40 bilhões anuais. Agora, com o impacto da queda do preço do petróleo e da operação Lava Jato, estes números vêm caindo”, informou Schimidt, acrescentando que 2015 deve fechar com um contingente de 180 mil terceirizados.

O palestrante disse que, apesar de a proporção de terceirizados para “primeirizados” (funcionários concursados) seja de 3,5 para 1, a Companhia vem aperfeiçoando os controles para evitar ações trabalhistas e a intenção é colocar funcionários de carreira na condução de todas as tarefas estratégicas, exceto em casos muito específicos nos quais não haja especialistas no quadro da Petrobrás. Em 2012, as orientações mais importantes foram editadas e publicadas havendo, segundo ele, muitos resultados positivos e quantificáveis.

“Há evidências de que melhorou a qualidade dos contratos. Temos também pessoal qualificado na fiscalização do cumprimento de obrigações trabalhistas (por parte de empresas contratadas). Quando são detectadas irregularidades, multas são aplicadas, podendo haver até a suspensão da empresa de nosso cadastro”.

Por sua vez, Carla confirmou que, até para poder cobrar mais das contratadas, o ideal é retirar ao máximo possível a execução dos trabalhos contratados de terceiros das dependências da Petrobrás. “A intenção é fazer com que a contratada sinta-se realmente responsável pelas ações de seus empregados”, frisou.

Com relação aos casos de “nepotismo cruzado” (indicação de parentes para outras unidades da Companhia, com reciprocidade) Schimidt informou que existe Decreto Federal que trata do tema e, para cumpri-lo, a Petrobrás determinou que os gerentes exijam declaração com lista de parentes do pessoal terceirizado, embora haja limites geográficos para essa fiscalização. “Em qualquer reposição ou expansão de terceirizados é preciso mencionar o projeto e onde ele se localiza no planejamento estratégico da Companhia”, disse.

Quanto à admissão de aprovados em concursos anteriores que aguardam convocação – muitos estão acionando a Petrobrás na Justiça – Schimidt admitiu que a nota de corte tem sido elevada, fazendo crescer o cadastro de reserva, mas ponderou que a empresa tem o direito de chamar somente aqueles classificados em relação ao número de vagas ofertado. Ele informou ainda que a Companhia está admitindo 663 aprovados no último concurso, mas que as projeções em relação ao futuro ficam difíceis em função da conjuntura desfavorável.

No entanto, a expectativa é de que o preço do petróleo não se mantenha em patamar tão baixo no médio prazo e as empresas do setor não querem repetir experiências negativas do passado, quando, no momento da retomada, houve problemas com a perda de conhecimento. Neste sentido, ficou claro que a Universidade Petrobrás não vai acabar, embora possa haver otimização da estratégia a partir de iniciativas como a aplicação de treinamentos “in company” (no serviço) ou a utilização de funcionários de carreira com notório saber para cursos que hoje são ministrados por profissionais de fora. “Alocar melhor as pessoas aumenta a produtividade”, resumiu.