Ao andar de cima, para pagar juros da dívida pública acumulada desde sempre. Resultado: menos recursos para programas sociais.
Será que só existe mesmo essa saída, que só beneficia o sistema financeiro, provocando desemprego, recessão e atingindo em cheio a classe média, inclusive a emergente? Só no pagamento de juros da dívida pública, com a taxa SELIC em 14,25% ao ano, o país terá um acréscimo de R$ 240 bi em 2015. Sabe o que significa somente esse plus de juros em programas sociais e transferência de renda? O Bolsa Família custa R$ 27 bi/ano; o Água para todos, R$ 800 milhões, Aquisição de alimentos, R$ 1 bi; Minha Casa, Minha vida, R$ 3 bi; Farmácia Popular, menos 578 milhões; FIES, da oferta de 252 mil vagas, foram cortadas 75% e os juros subiram de 3.5% para 6.5% ao ano e por aí vai.
Outro ponto:o governo federal é responsável por apenas 36% da despesa pública não financeira. O resto é dos Estados e Municípios, que gozam de autonomia para realizar receitas e despesas. Como o orçamento é “”engessado”” , sendo 90% das despesas predeterminadas pela legislação atual, o ajuste, de fato, vai se dar sobre 3,6% da despesa do setor público
Outro ponto: nos oito meses deste ano o deficit foi de R$ 339 bi, dos quais R$ 338 bi para pagar juros da dívida. Ou seja apenas R$ 1 bi é deficit primário do setor público.
Isso é que eu chamaria, ministro Joaquim Levy, de irresponsabilidade fiscal. Terceiro ponto: o que está piorando as contas públicas é a queda da arrecadação e não o aumento das despesas. Ou seja mais recessão, menos arrecadação. Conclusão: o remédio ( ajuste fiscal neoliberal ) está matando o doente.