O jornal O Globo publicou nesta segunda (15) artigo do presidente da AEPET, Felipe Coutinho, sobre as 14 principais razões porque a Petrobrás deve ser operadora única do pré-sal “A propriedade do petróleo é estratégica e sua produção deve ser compatível com o desenvolvimento da economia nacional e submetida ao interesse social. Ao petróleo e ao gás natural deve ser agregado valor, com o refino para a produção de derivados e na conversão para a produção de petroquímicos e fertilizantes. Com a renda petroleira, devemos investir em infraestrutura para a produção de energias renováveis, visando à sustentabilidade e à resiliência da sociedade, nos preparando para o futuro.
Para evitar que interesses privados se imponham aos interesses da maioria da população brasileira, a Petrobrás deve liderar a produção do pré-sal na condição de operadora única. A capacidade financeira da Petrobrás é evidenciada pela competência no acesso aos créditos externos e internos. Fato evidenciado recentemente pela captação de US$ 2,5 bilhões em títulos de dívida com vencimentos em 100 anos. Dispõe de reservas de mais de 30 bilhões de barris, produção atual de 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia, além de 11 refinarias (mais uma em construção), três terminais de GNL, duas fábricas de fertilizantes. Isto sem falar na liderança em mercado com grande potencial de crescimento de um dos mais importantes países do mundo.
Destaco 14 razões para identificar a liderança da Petrobrás na exploração do pré-sal com o interesse da maioria dos brasileiros:
1 – A Petrobrás como operadora única do pré-sal possibilita maior controle social sobre a taxa de produção e evita a extração predatória.
2 – Evita o risco de fraude na medição da vazão do petróleo produzido e a consequente redução da fração partilhada com a União.
3 – Impede o risco de fraude na medição dos custos dos empreendimentos e da operação, custos que são contabilizados pela operadora e descontados do petróleo que é partilhado com a União.
4 – Para viabilizar uma política industrial que fortaleça fornecedores locais de bens e serviçso, em bases competitivas, além de promover tecnologias nacionais.
5 – Garante o desenvolvimento tecnológico e as decorrentes vantagens comparativas. A experiência operacional é essencial para garantir o contínuo aprendizado tecnológico.
6 – Para garantir tecnologia, capacidade operacional e financeira (veja exemplo recente do aporte da China de US$ 10 bilhões) e liderar a produção, na medida do interesse nacional. No pré-sal, a produção alcançou 800 mil barris por dia em tempo recorde.
7 – A Petrobrás assumiu o risco exploratório e já fez enormes investimentos no pré-sal.
8 – A operação e a máxima participação da Petrobrás nos consórcios permitem o acesso de maior parcela dos resultados econômicos aos brasileiros.
9 – Promove a geração de mais empregos de qualidade no Brasil.
10 – A operação e a máxima participação da Petrobrás nos consórcios permitem que a maior parcela do petróleo produzido seja propriedade da União, garantindo vantagem geopolítica estratégica.
11 – Não há necessidade de novos leilões e de urgência no desenvolvimento de novos campos para atender e desenvolver o mercado interno.
12 – Hoje, os riscos são mínimos. A produtividade dos campos é alta e os custos são conhecidos pela companhia. Não há necessidade partilhar riscos que já são bem conhecidos.
13 – A Petrobrás é a companhia da indústria mundial do petróleo com melhores perspectivas futuras, em termos de reservas, da produção de petróleo e derivados e de garantia de acesso a mercados com potencial de crescimento.
14 – O petróleo não é uma mercadoria qualquer e não existe substituto potencial compatível para a produção de combustíveis líquidos, petroquímicos e fertilizantes.
REFERÊNCIA:
COUTINHO, Felipe. Quatorze razões para ser uma líder única. O Globo, Rio de Janeiro, ano 90, n. 29.897, 15 jun. 2015. Primeiro Caderno, p. 11.