Notícia

Atuação histórica da AEPET relativa às posteriores revelações da Operação Lava Jato

Data da publicação: 31/12/2014

Depoimentos de ex-dirigentes da Petrobrás

Em junho deste ano, os empregados divulgaram um manifesto (i), onde afirmam “A tolerância com nomeações, que pela via político partidária atendem a interesses de grupos econômicos, para assumir cargos importantes na Empresa é danosa para a Petrobrás e uma ameaça à democracia. É mandatória a responsabilidade de nossos dirigentes com metas e compromissos assumidos nos planos estratégicos da empresa, independente dos interesses econômicos do capital privado e dos governos, que são transitórios, ao contrário da companhia que é permanente.”

Não há qualquer justificativa defensável em indicar representantes preocupados em angariar recursos para partidos políticos, favorecer obras em seus domínios para empreiteiras financiadoras de campanhas eleitorais.

A ação do corpo de empregados é antiga, como ocorreu no pedido de afastamento do general Albérico Barroso Alves do cargo de diretor da empresa, em 1989 (ii).

Embora não tivéssemos notícias do nível de desmandos relatados por ex- executivos da empresa, a AEPET sempre procurou informar a direção da Petrobrás sobre o desrespeito às boas práticas de engenharia e outras questões de interesse da companhia.

A alegada urgência nos novos empreendimentos e o atropelo às normas e procedimentos, foram motivo de diversas correspondências (iii) da entidade ao então diretor Paulo Roberto Costa. Hoje, mais do que nunca, as críticas do corpo técnico mostram-se oportunas e proféticas.

Infelizmente, porém, continua-se praticando cada vez mais a modalidade de contratação tipo EPC (iv) (“Engineering, Procurement and Construction”), onde o contratado fica responsável por fazer o detalhamento do projeto, comprar os equipamentos e montá-los. A justificativa dada é eliminar interfaces entre etapas e agilizar o empreendimento. Os resultados finais dos custos e prazos dispensam comentários.

Uma vez ganho o contrato, passam a tentar negociar aditivos para cumprir prazos e requisitos técnicos constantes dos projetos, visando elevar seus lucros. Fabricantes tradicionais, principalmente nacionais, são descartados em detrimento de outros sem experiência e qualificação, sob a justificativa de cumprimento de prazos.

Apesar dos bilhões de dólares de investimentos da Petrobrás, as fábricas de seus fornecedores no país estão vazias e seus empregados sendo despedidos. A volta anunciada dos leilões só fará aprofundar a crise, transferindo os empregos para o exterior.

Diretoria da AEPET

(i) Manifesto em defesa da Petrobrás livre de nomeações político-partidárias
(ii) Boletim AEPET 1961-1989
(iii) AEPET Notícias 381 – AEPET publica cartas enviadas à Petrobrás
(iv) AEPET Notícias 394