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Coutinho: “Petrobrás deve se fortalecer para evitar corrupção futura”

Data da publicação: 18/08/2015

Durante entrevista ao programa Faixa Livre desta terça-feira, o presidente da AEPET, Felipe Coutinho, frisou que, além do ressarcimento dos valores subtraídos à Petrobrás, que estão sendo contabilizados na operação Lava Jato, a empresa deve se fortalecer institucionalmente no sentido de evitar que novos casos do tipo se repitam.

Para evitar que, se aproveitando da fragilidade conjuntural da Petrobrás, projetos oportunistas e entreguistas sejam viabilizados politicamente, Coutinho elogiou a iniciativa dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Roberto Requião (PMDB-PR), que estão contestando judicialmente o presidente da casa, Renan Calheiros, pelas alterações na mesa de debates sobre o projeto 131, do senador José Serra (PSDB-SP), que agora tem maioria favorável. O presidente da AEPET, porém, ressalva que as ações não devem se limitar ao Judiciário.

“A iniciativa dos senadores é boa, mas há outras formas de organizar a sociedade para evitar que esse projeto avance, no sentido de entregar uma riqueza estratégica que é o pré-sal”, disse, reiterando que não há razão para mudar a lei “e muito menos de fazer novos leilões.”

De sua parte, a AEPET já elencou 14 razões pelas quais a Petrobrás não deve de forma nenhuma deixar de ser operadora única do pré-sal, como deseja Serra. As propostas, no entanto, sequer foram comentadas pela direção da empresa e a AEPET está recebendo, via site, assinaturas para uma petição cobrando a devida atenção da direção da Companhia para as propostas da AEPET, elaborada especialistas.

“Não recebemos resposta oficial da Petrobrás sobre a pertinência da iniciativa. Para que as pessoas possam apoiar, organizamos a petição eletrônica, que tem como público alvo os petroleiros da ativa e aposentados, pessoas aptas a criticar e apoiar as propostas. Objetivo é qualificar e apoiar as iniciativas, fazendo com que nossa voz seja ouvida e considerada pela direção da empresa”, esclareceu.

Coutinho disse ainda que seria razoável que o governo arcasse com o prejuízo causado à Petrobrás – entre R$ 60 e R$ 80 bilhões de reais, segundo estimativa da própria direção da empresa – por conta do subsídio dado ao preço da gasolina. “Uma compensação desse subsídio teria o sentido de não prejudicar o fluxo de caixa e a capacidade de geração de riqueza da empresa. A Petrobrás teve de recorrer a empréstimos externos para compensar esta política. Investimentos também foram concentrados em Exploração e Produção, visando não apenas a atender ao mercado interno, mas uma exportação considerável”, disse. Para o presidente da AEPET, é preciso unir forças de resistência, sem vínculos a partidos ou governo. “Precisamos de uma pauta concreta de reivindicações dos movimentos sociais que amplie os direitos, escapando dessa polaridade entre os que defendem e os que não defendem especificamente o governo”, resumiu.


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