Em depoimento emocionado, José Antônio Simões, ex-diretor da AEPET, relata sua experiência em Cuba, por ocasião da XII Brigada Internacional 1º de Maio, realizada entre 23 de abril e 8 de maio. Da viagem, Simões trouxe como maior legado o reforço de suas convicções políticas e ideológicas, além da experiência única de presenciar uma marcha gigantesca, constituída por pessoas de diversos países do mundo e pelos próprios cubanos, exemplo de resistência e fé nos preceitos revolucionários que têm mobilizado corações e mentes em todo o planeta.
Leia a seguir a íntegra do depoimento de Simões:
XII BRIGADA INTERNACIONAL 1⁰ DE MAIO CUBA – 2017 Por José Antônio Simões – Sobre Cuba as opiniões divergem, de maneira radical, mas existem alguns consensos: quando se trata de Educação, Cultura, Esportes, Saúde e avanços sociais e técnico-científicos, a Ilha Revolucionária sobressai, revelando-se superior à maioria das nações, incluindo os países do chamado Primeiro Mundo.
A capacidade extraordinária de luta e resistência do povo cubano é admirável e talvez única na história da humanidade. Cuba está distante somente cerca de 150 km da maior potência econômica e militar do planeta. No entanto, não renuncia à sua independência e soberania, conquistas da Revolução Socialista, de janeiro de 1959, liderada por Fidel Castro, Che Guevara, Camilo Cienfuegos e Raul Castro. A presença desses revolucionários foi decisiva na luta contra o imperialismo estadunidense.
Viajei a Cuba pela primeira vez na delegação brasileira da XII Brigada Internacional de Solidariedade a Cuba – 1⁰ de Maio de 2017. O evento, que ocorreu entre 23 de abril e 8 de maio, contou com extensa programação: conferências; trabalhos agrícolas voluntários; encontro com organizações políticas e sociais (Instituto Cubano de Amizade com os Povos, União dos Jovens Comunistas, Federações de Estudantes Universitários e de Mulheres Cubanas e Comitê de Defesa da Revolução); visitas a lugares históricos, culturais, turísticos, e também alguns hospitais, faculdades e escolas de ensino fundamental.
Assisti em Cuba ao maior espetáculo da Terra. A marcha monumental do dia 1⁰ Maio, homenagem dedicada aos Trabalhadores. Já posso morrer em paz, pois vi seis milhões de pessoas, das quais cerca de dois milhões de estrangeiros, caminhando em Solidariedade a Cuba Socialista. Atente-se que a Ilha Revolucionária só tem doze milhões de habitantes. Ouvi esse mar de gente cantando a Internacional Socialista. Fiquei emocionado e as lágrimas rolaram.
Superei minhas dificuldades, medo de avião e a precariedade das instalações do Acampamento Internacional Julio Antonio Mella, localizado na cidade de Caimito, província de Artemisa, distante de Havana 45 km. Poderia ter ido como turista, o que seria bem mais confortável para um homem com 72 anos de idade, mas fui valente e optei pela Brigada 1⁰ de Maio. Descobri que não sou hipócrita ao enfrentar tamanhos obstáculos. Morrerei comunista. Eu sou Fidel, Che, Raul e Camilo.
Passei 15 dias, alojado no Acampamento, convivendo com 290 pessoas de 26 países diferentes. A maior delegação era dos EUA e depois, empatadas, com 45 participantes cada, vinham Reino Unido e Brasil. Cuba é cativante. Retornei ao Brasil, em 09 de maio, mas a Ilha Revolucionária do Caribe jamais sairá de minhas lembranças.
A grande tarefa da Revolução consiste em construir o Homem Novo. A missão revolucionária está caminhando bem, apesar do hediondo bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo Império do mal, e da presença cruel e criminosa dos EUA em Guantánamo.