Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Assim reagiu o presidente da AEPET, Silvio Sinedino, ao comentar as restrições legais às exportações de petróleo e a exigência de conteúdo local para navegação de cabotagem nos EUA. A edição de nº 675 do informativo Panorama Estratégico, produzido pela Petrobrás, mostra que os refinadores americanos devem continuar sendo contra qualquer alteração na política de exportação de petróleo, pois isto possibilitaria que refinarias europeias adquirissem o petróleo americano a um menor custo do que as refinarias da Costa Leste dos EUA. Isto porque a legislação exige que o transporte de cabotagem nos EUA seja feito por embarcações construídas no país, o que encarece o transporte.
O frete do Golfo do México com destino a Roterdã seria de cerca de US$ 2/bbl, enquanto, com destino a Costa Leste, o mesmo seria de US$ 6/bbl. “Nos EUA, o preço é mantido artificialmente baixo. Por isso o gás é tão barato lá”, exemplificou, acrescentando que, se abrisse o mercado, o país não teria como impor o preço, por causa do baixo volume de gás produzido. Quanto à cabotagem, que o Brasil abriu após revisão constitucional, também segue protegida nos EUA, inclusive com a exigência de navios americanos.
A AEPET defende que o Brasil explore o pré-sal em ritmo compatível com a capacidade de fornecimento da indústria nacional e que mantenha um valor suficiente para os investimentos necessários em pesquisa e desenvolvimento, além de gerar recursos para o Fundo Social.