A ExxonMobil relatou, no dia 29 de julho, ganhos de US $ 1,7 bilhões no segundo trimestre, uma queda de 59% no ano, em meio a forte baixa dos preços das commodities e margens de refino mais fracas.
O lucro por ação caiu para US $ 0,41, frente a US $ 1,00 do segundo trimestre do ano passado, frustrando as expectativas dos analistas da Thomson Reuters de US $ 0,64 por ação.
Os resultados do upstream (E&P) caíram de US $ 1,7 bilhões, para US $ 294 milhões no segundo trimestre de 2016, e os negócios nos do upstream nos EUA registraram um prejuízo de US $ 514 milhões, diante de uma perda de US $ 47 milhões no segundo trimestre de 2015. Fora dos EUA, o lucro do segmento de E&P caiu de US $ 1,3 bilhões, para US $ 808 milhões.
A produção de petróleo-equivalente da Exxon caiu para 3.957 milhões de barris por dia em comparação com 3.979 milhões de boepd. Os números de produção neste mês de abril a junho foram quase 3% abaixo da previsão média de 4,069 milhões, de acordo com a Bloomberg.
A Exxon informou que os esforços para aumentar a produção foi parcialmente comprometido pelo declínio de campo maduros e maior tempo de paradas, devido a incêndios florestais no Canadá, em maio.
Ganhos no downstream (refino, transporte e comercialização) caíram US $ 681 milhões, em comparação com o segundo trimestre do ano passado, registrando US $ 825 milhões para o trimestre passado, devido principalmente a margens de refino mais fracas.
A Exxon é a mais recente de uma série de grandes companhias de petróleo a relatar resultados negativos para o segundo trimestre, devido à fraca atividade do refino e aos preços persistentemente baixos do petróleo bruto. Na quinta-feira (28), a Shell chocou analistas com uma queda de 72 % nos lucros, com erro na estimativa de US $ 1 bilhão.
No início da semana passada, a Statoil informou uma perda para o segundo trimestre, enquanto a BP Plc divulgou que seu lucro líquido caiu para US $ 720 milhões, ante US $ 1,3 bilhões no segundo trimestre de 2015, devido aos baixos preços e queda nas margens de refino.
Já o jornal Valor Econômico informa que a queda dos preços do petróleo no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período em 2015 derrubou a receita e o lucro das gigantes petrolíferas do ocidente, segundo levantamento do jornal a partir dos resultados de BP, Chevron, Exxon Mobil, Shell, Statoil e Total. Na comparação anual, o lucro total recuou US$ 5 bilhões e a receita caiu US$ 70 bilhões. Para Luana Siegfried, analista do Raymond James, o petróleo negociado entre abril e junho, com valor aproximadamente 50% menor do que na comparação com igual intervalo do ano passado, pressionou muito os ganhos das petroleiras internacionais, aponta o veículo.
Segundo Siegfried, essa dinâmica deve se repetir também no caso da Petrobrás, com melhora em base trimestral, mas recuo de ganhos no ano contra ano, afirma o Valor. A Brasil Plural, porém, vê efeito neutro na empresa. Segundo o analista Caio Carvalhal, o preço do petróleo terá impacto negativo sobre o prêmio de venda da gasolina e do diesel no mercado doméstico, mas esse efeito será compensado pelo aumento da produção, reporta a publicação, que salienta que o balanço da Petrobrás será divulgado no dia 11.
Publicado em 29/07/2016 em Oilprice.com.