Após Assembleia Geral Ordinária realizada em Aracaju, no último dia 30 de outubro, a diretoria da Federação Nacional das Associações de Aposentados, Pensionistas e Anistiados do Sistema Petrobrás e Petros (Fenaspe) manifestou total apoio à greve dos petroleiros. A Fenaspe também se colocou contrária a qualquer subtração de direitos trabalhistas dos petroleiros.
Ao final do encontro, foi divulgada uma carta aberta sobre a “justa greve dos petroleiros”.
Veja a seguir a íntegra do texto:
CARTA ABERTA DA FENASPE SOBRE A JUSTA GREVE DOS PETROLEIROS
A Federação Nacional das Associações de Aposentados, Pensionistas e Anistiados do Sistema Petrobrás e Petros – FENASPE, em cumprimento a decisão de suas Afiliadas reunidas em Assembleia Geral Ordinária, realizada em Aracaju no dia 30 de outubro do corrente, vem a público informar integral apoio aos companheiros petroleiros que realizam Greve Geral, por prazo indeterminado em todo território nacional e conclama todos os associados das entidades afiladas a auxiliarem no que for possível para bem informar à população sobre os reais motivos que levaram a categoria a essa medida extrema e a participarem nas mobilizações nas bases para consolidação do movimento.
Trata-se de atitude séria e consistente em defesa dos direitos trabalhistas dos petroleiros, mas acima de tudo em defesa da Petrobrás e da Soberania Nacional, em repúdio a proposta inaceitável da empresa referente ao Acordo Coletivo de Trabalho – ACT -2015/2016 e, principalmente, com relação às medidas privatistas contidas no Plano de Negócios e Gestão da Petrobrás para o período de 2015/2019.
Os petroleiros não admitem a retirada de nenhum direito adquirido nos últimos anos e permanecerão em greve por tempo indeterminado em todas as unidades operacionais da empresa até que a direção atual da Petrobrás resolva compreender e, debater seriamente, as propostas apresentadas pelas Federações de Petroleiros.
O desmonte da estatal é visível em seu plano de negócios prevendo a venda de diversos ativos estratégicos da empresa. Além disso, se os cortes na Petrobrás continuarem, a estimativa é de que 20 milhões de empregos deixem de ser gerados até 2019. Só na indústria naval, 15 mil metalúrgicos foram desempregados no primeiro semestre do ano. No setor petroquímico, 30 mil postos de trabalho estão ameaçados. Outros milhares de trabalhadores terceirizados também já foram demitidos ou estão na mira de corte, portanto, a greve dos petroleiros acontece por uma causa de todos os trabalhadores brasileiros: A luta contra a privatização da empresa que é a principal indutora do desenvolvimento deste país.
O movimento sindical petroleiro sempre denunciou e combateu os corruptos, atuam há anos na Petrobrás. Os trabalhadores jamais compactuaram com isso e não admitem que o povo brasileiro seja agora penalizado por medidas inaceitáveis, como o corte de mais de R$ 500 bilhões em investimentos estratégicos da Petrobrás e a privatização de subsidiárias e de unidades.
A Greve dos petroleiros iniciada em 29/10/2015 e reforçada no domingo 01/11/2015 é também de todos os trabalhadores brasileiros: A maior empresa nacional sofre graves ataques, que já afetam a economia do país e compromete milhões de empregos. O condenável esquema de corrupção, envolvendo ex-diretores e ex-gerentes, não pode servir de pretexto para privatizar uma empresa, cujos investimentos gerados respondiam, até há bem pouco tempo, por 13% do PIB.
Por isso, os petroleiros aprovaram a luta por condições seguras de trabalho e a retomada dos investimentos da Petrobrás, visando a manutenção dos empregos, e a defesa das conquistas trabalhistas nos últimos anos.
As lideranças do movimento grevista garantem que as necessidades inadiáveis da população serão mantidas pelos petroleiros ao longo de toda a greve.
A luta é claramente a favor da sociedade brasileira, porque visa garantir que a Petrobrás, empresa que detém algumas das maiores reservas de petróleo do planeta, volte a ser a locomotiva do desenvolvimento nacional.
Diretoria da FENASPE