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Geóloga da Petrobrás faz palestra no Sindipetro-RJ

Data da publicação: 21/06/2016
Autor(es): André Lobão

Na última quinta-feira (16), o Sindipetro-RJ abriu sua sede no Centro do Rio para a realização da palestra ‘Geopolítica, a Petrobrás e o Pré -sal’, apresentada pela Geóloga da Petrobrás, Ana Patrícia Cavalcanti de Castro Laier. O material apresentado mostrou uma linha histórica de como se formaram as reservas brasileiras desde o surgimento da Petrobrás nos anos 1950; as seguidas tentativas de entrega das reservas de Campos no final da ditadura militar; a quebra do monopólio nos governos FHC; e a resistência contra a entrega do Pré-sal nos dias de hoje; e de como funciona a dinâmica dos preços e estratégicas das grandes empresas multinacionais do ramo.

“Há vários anos que não temos descobertas de vulto na indústria do petróleo. Em 2006, a Petrobrás descobriu campos gigantes e supergigantes, e é atrás disso que as multinacionais do setor vêm. Elas buscam novas reservas de petróleo, pois a sua produção vem decaindo junto com as reservas, daí a necessidade de suprir isso. Então, as chamadas grandes irmãs do petróleo (Chevron, BP, Shell e Exxon Mobil) lançam mão dessas estratégias de queda de preço com oferecimento de uma grande oferta no mercado, fato que prejudicou muito a Petrobrás” – disse a geóloga que também é jornalista.

Números revelam força da Petrobrás

Durante mais de uma hora, a geóloga apresentou um minucioso trabalho de pesquisa com detalhamentos bem apurados sobre a situação da indústria do petróleo no mundo, dando um panorama atual com o contexto no Brasil, Petrobrás e o Pré-sal.

“No último mês de maio, o Brasil produziu um total 2,83 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), sendo 2,64 Milhões (boed) no Brasil e 190 mil (boed) no exterior. Já a produção de barris por dia (bpd) apresenta um total de 2,24 milhões (bpd), representando um aumento de 6% em relação a abril quando registrou um volume de 2,16 milhões (bpd), com um registro no exterior de 85 mil (bpd). Esse dado em maio, no Brasil, é a quinta maior média mensal de produção já registrada pela Petrobrás” – expôs Ana Patrícia ao apresentar números que mostram a pujança da empresa.

O evento promovido pelo Sindipetro-RJ contou com a organização dos integrantes da Base do Terminal Aquaviário da Baía de Guanabara (TABG).

“Através da informação podemos convencer mais pessoas da importância que representa a Petrobrás e a sua estrutura do Pré-sal para o Brasil. A partir do momento que a categoria petroleira é chamada junto com outras categorias de trabalhadores, e a sociedade de uma maneira geral, para participar disso, podemos mostrar como esse sistema Petrobrás tem em nossas vidas. A empresa tem influencia em diversas áreas do país, além de ser uma das maiores empresas do planeta, e claro, não podemos abrir mão dela” – falou Alessandro Areal, funcionário da Transpetro e integrante da Base TABG.

Campanha do Petróleo: governo Temer é entreguista!

Ao fim da palestra, no mesmo espaço, foi realizada mais uma plenária da Campanha do Petróleo que também debateu pontos da apresentação ‘Geopolítica, a Petrobrás e o Pré-sal’, além de discutir estratégias para resistir ao governo interino golpista de Michel Temer, que acelera cada vez mais o processo de desmonte da Petrobrás.

“A cada dia a gente percebe que essa luta ganha mais força, vigor e que dependente da nossa união. A nossa luta é para que o petróleo do Brasil não seja entregue por um presidente fantoche, biônico e golpista. Esse presidente (Temer) não está a serviço do povo brasileiro, sobretudo para defender os interesses dos conglomerados internacionais” – afirmou o Diretor do Sindipetro-RJ, Francisco Soriano.

Vale lembrar que ‘A Campanha do Petróleo’ é composta por um coletivo de entidades, movimentos sociais e integrantes da sociedade civil que defende a soberania nacional e luta contra a entrega do petróleo brasileiro.

Parente entrega mais

O processo de desmonte do sistema Petrobrás segue em andamento. A nova diretoria presidida por Pedro Parente anunciou, no último dia 15 de junho, o processo de venda da distribuidora de gás de cozinha Liquigás. A subsidiária detém a segunda colocação no ranking do setor com uma participação de 23% no mercado brasileiro.

FONTE: APN