O setor cujo desemprego mais aumentou no ano passado foi a indústria. Na média anual foram 346 mil postos a menos que em 2014. “Esse resultado reflete aquilo que todos nós já sabemos: a indústria se encontra no centro da crise pela qual a economia brasileira passa desde o ano passado”, avalia o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (IEDI), a partir de dados da PNAD contínua referentes ao quarto trimestre de 2015.
Não bastasse o fato de que na indústria estão os empregos de melhor qualidade, com carteira assinada, o IEDI chama a atenção também para a queda no rendimento médio dos trabalhadores, sobretudo no último trimestre de 2015. Também aí a indústria é o segmento que oferece melhores salários e a Petrobrás tem papel importante, principalmente devido à política de conteúdo nacional, que se vê ameaçada atualmente. O rendimento médio real habitualmente recebido ficou estável em 2015 frente a 2014, mas no último trimestre do ano passado apontava contração de 2,0% na comparação com o mesmo período de 2014.
“Com isso, o ano de 2016, pelo menos em seus meses iniciais, deve continuar assombrado por essas tendências de agravamento da situação do emprego e do rendimento, reforçando perspectivas pouco favoráveis ao consumo das famílias, à produção e ao varejo de bens de consumo”, resume o instituto.
No geral, a taxa média de desocupação ficou em 8,5% em 2015, um avanço de quase dois pontos percentuais em relação a 2014.