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Já foi muito tarde quem nunca deveria ter vindo

Data da publicação: 25/01/2016

A presidente Dilma Roussef, cujo mandato conquistado, democraticamente, com 54 milhões de votos, defendo, repelindo o golpe do “impeachment” sem fundamento, cometeu erros graves, mesmo com boas intenções.

Erro grave, sério, uma das causas da crise enfrentada pela PETROBRÁS, foi a tentativa, equivocada, de controlar a inflação, congelando, por quatro anos, os preços dos combustíveis. Prejuízo de R$ 60 a R$ 80 bilhões para a PETROBRÁS. Prejuízo, também, grande, para o setor sucroalcooleiro, decorrente da chamada paridade dos preços do álcool com os da gasolina.

Decisão igualmente lamentável da presidente, cedendo às pressões do “mercado”, foi a de indicar, para a presidência do Conselho de Administração da PETROBRÁS, um tal senhor MURILO FERREIRA, também presidente da VALE.

Com passagem, felizmente efêmera, pela PETROBRÁS, este senhor licenciou-se do cargo de conselheiro. Ao afastar-se, licenciando-se, atacou a PETROBRÁS e os seus trabalhadores afirmando: “A PETROBRÁS não pertence à Sociedade, ao Estado. Ela é dos seus empregados. Recebi uma carteira verde que me possibilitava comprar qualquer remédio, em qualquer farmácia, sem nada pagar. Senti vergonha. Devolvi a carteira”. Não é verdade. A citada carteira somente permite a compra de medicamentos prescritos por médicos para atender às necessidades dos clientes, empregados da PETROBRÁS. Os trabalhadores contribuem para o programa, denominado BENEFíCIO FARMÁCIA. Também nesta área a PETROBRÁS mostra-se pioneira na responsabilidade social com os seus colaboradores.

Logo após o desastre da SAMARCO, em Mariana – MG – o maior crime ambiental da história brasileira – o Sr. MURILO FERREIRA, sem sentir vergonha, nas televisões, acompanhado dos presidentes da SAMARCO e da BHP BILLITON, descarada e cinicamente, afirmou que a VALE não tinha qualquer interferência na gestão daquela mineradora. Uma tentativa covarde de eximir-se da responsabilidade como presidente da empresa que, juntamente com a BHP BILLITON, controla a SAMARCO.

O escárnio do Sr. FERREIRA provocou, de imediato, a revolta do povo do Espírito Santo que, lambuzando-se de lama, foi às ruas, nas imediações da sede capixaba da VALE, protestar contra a sua tentativa de fugir às suas responsabilidades, agora cobradas na justiça pelas autoridades. Tudo muito lamentável.

Enfim, como diz o poeta, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.