A Folha destaca matéria do Wall Street Journal onde se diz que a gigante petroleira Exxon – a única sem grande presença no Brasil, diz o jornal – está mirando uma expansão sobre o nosso pré-sal, encorajada pelos “novos líderes” (líderes é expressão deles, certo?) que abriram o controle da exploração e eliminaram as exigências de conteúdo nacional nas atividades conexas à exploração do óleo.
Traduzindo do economês: não querem ser sócias, querem ser donas e querem importar todos os insumos e equipamentos, não produzi-los aqui. Ou, ainda mais no popular: chupar nosso petróleo, dar uns trocados ao governo e levá-lo embora.
Os repórteres Bradley Olson e Paul Kiernan (aqui, a reportagem na íntegra) foram ouvir a consultoria Rystad Energy, uma das mais respeitadas do setor e os comentários de Kjetil Solbraekke, vice-presidente sênior para a América do Sul não poderiam ser mais claros:
“Todo mundo quer ter um pedaço da torta”. “Estes são provavelmente os ativos de petróleo mais prolíficos e de maior retorno disponíveis no mundo”.
E destacam que – preste atenção, para ver o tamanho dos interesses – que o pré-sal deve nos tornar “o quinto maior produtor mundial de óleo cru em 2025, atrás apenas da Arábia Saudita, Rússia, EUA e Iraque”.
É a isto que a canalha entreguista – no Governo e na mídia – quer e está fazendo, ao usar a Lava Jato para destruir a Petrobras, depois de tentar desqualificar a importância de nossas jazidas, desavergonhadamente, chamando-o de “patrimônio inútil”.
Mas a matéria registra que há apreensão e indecisão dos executivos da Exxon porque “analistas políticos dizem que a eleição presidencial de 2018 poderia facilmente reverter essa tendência” entreguista.
Já se vê que os “novos líderes”, além de nada novos, também não são nada líderes.
Olson e Kiernan registram que o vendilhão-in-charge Pedro Parente, esteve numa conferência de energia em Houston no mês passado para discutir parcerias e desinvestimentos (leia-se venda) e que havia um “nível muito alto de interesse” nos ativos da empresa.
Querem a Petrobras como parceira menor, não porque sejam bonzinhos e nos dar mais algumas migalhas de óleo, mas porque “pode ser a única maneira de construir uma posição offshore no Brasil”. Claro, a Petrobras desenvolveu todo o processo caríssimo de prospecção geológica da bacia do pré-sal e os métodos de exploração de poços, segundo o jornal, “abaixo de vários quilômetros de águas oceânicas e uma espessa camada de sal que pode tornar a perfuração arriscada e cara.”
Arirscada e cara para um empresa da capacidade da Exxon? É que a empresa “perfurou vários poços secos no país há mais de cinco anos com a (petroleira) Hess”, testemunha o WSJ.
De fato, a experiência da Exxon, desde quando ainda era, aqui, a Esso (e, antes, a já odiada Standard Oil “do Brasil”), sempre foi mais eficiente em controlar a mídia e derrubar governos do que em achar petróleo.
Publicado em 05/04/2017 em Tijolaço.