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Petrobrás tem alternativas à venda de ativos

Data da publicação: 22/01/2016
Autor(es): Rogerio Lessa

O Programa Faixa Livre desta sexta-feira (22) promoveu uma mesa especial para debater as alternativas que a Petrobrás tem à venda de ativos para superar seus problemas de fluxo de caixa, que são conjunturais.

O Faixa Livre, que vai ao ar diariamente pela Rádio Livre 1440AM recebeu Fernando Siqueira e Herbert Teixeira, respectivamente vice-presidente e vice-diretor de Comunicações da AEPET, e o diretor do Sindipetro-RJ Emanuel Cancella.

Ao lado de Fernando Siqueira, Cancella defendeu a proposta de um grupo de entidades da sociedade civil que advogam uma saída com quatro pilares fundamentais: uma pré-venda de petróleo para a China, um empréstimo do Banco dos Brics, aportes do BNDES, lastreados nas reservas de petróleo e a redução de impostos, como a Cide.

“Somente a pré-venda para a China totalizaria US$ 30 bilhões e o total da operação chegaria a US$ 80 bilhões, oferecendo o fôlego necessário para os problemas, que são de curto prazo”, disse Siqueira, ponderando que o preço do petróleo não se manterá no atual patamar por muito tempo. “Poucos países poderiam produzir ao preço atual, somente Irã, Iraque ou Arábia Saudita e quase mais ninguém. Mesmo assim, não vão querer vender a um preço que poderia ser muito maior”, ponderou.

Mesmo desacelerando, a China consome 6,2 milhões de petróleo por dia e ainda é a segunda economia que mais cresce no planeta, perdendo apenas para a Índia, outro componente dos Brics e grande demandante de energia. “O petróleo ainda permanecerá o principal energético por muito tempo”, garantiu o vice-presidente da AEPET.

Já Herbert Teixeira frisou que a solução para os desafios da Petrobrás está nas mãos do governo, ou seja, fora da esfera meramente administrativa.

“O governo ainda não recuperou o preço da gasolina de forma a não prejudicar a Petrobrás. E a redução de investimentos só não ocorre na produção, justamente onde o preço não está convidativo”, disse, ressalvando que a decisão de produzir ou não é mais lenta quando se trata de petróleo.

O vice-diretor de Comunicações da AEPET ponderou também que segmentos como fertilizantes e distribuição geram caixa, embora não agreguem muitos ativos. E a Petrobrás acaba de vender 49% da participação na Gaspetro e parece ter desistido de atuar na área petroquímica, estando sujeita ao subsídio imposto pelo governo para os fertilizantes demandados pelo agronegócio.

“Apesar da queda do petróleo, do endividamento, da alta de 68% no dólar, e do aumento da Cide, resultado em 2015 mostrou viés positivo. A saída exige análise das perspectivas”, resumiu.