Notícia

Quem está à beira do precipício, Globo?

Data da publicação: 11/11/2015
Autor(es): Alex Prado

Em mais um editorial eivado de rancor, baseado na falácia de parcos números, o jornalão dos Marinho mais uma vez investe contra a Petrobrás, como o faz desde o surgimento da companhia, há mais de sessenta anos. Desta vez, O Globo decreta que a Petrobrás está à beira do precipício.

Faz isto para criticar o que chama de “pauta política” na greve nacional dos petroleiros. Ora, se O Globo tem o direito de publicar sua clara posição que atende aos interesses financeiros internacionais, os petroleiros também têm o direito de ir à greve contra o desmonte da empresa e a perda de direitos trabalhistas contidos na primeira proposta de acordo coletivo apresentada pela Petrobrás.

Misturando lé com cré, O Globo afirma que o modelo de concessão é “exitoso” e que a Lei da Partilha do pré-sal é “irrealista” e que isto levou à estagnação da produção da Petrobrás na faixa de 2,8 milhões de barris de petróleo/dia. Esquece-se o jornalão que, só o pré-sal é responsável, em apenas sete anos de desenvolvimento, por 1 milhão destes barris.

A pauta que a categoria petroleira apresenta à sociedade visa o fortalecimento da Petrobrás como empresa integrada de energia, garantindo a soberania do Brasil e dos brasileiros sobre as riquezas do pré-sal e outras por descobrir. Para isto, é preciso, sim, pôr fim aos desmandos do governo e o combate sistemático à corrupção, mas blindando a empresa de ataques constantes a sua capacidade operacional ou financeira.

Não, Globo, a Petrobrás não está á beira do precipício. Vive um momento de crise, fruto da corrupção apontada na Lava Jato, associado à manipulada queda dos preços internacionais do petróleo. Mesmas dificuldades enfrentadas pelas outras grandes petroleiras.

O que está à beira do precipício é o jornalismo descompromissado com a verdade e o contraditório. Propagador de mentiras e profeta do caos. Não basta admitir um erro na primeira página para apagar a mentira da manchete do mês anterior.