A reinjeção de gás natural aumentou 8% em setembro de 2016 na comparação com o mês anterior, somando 34,02 milhões de m³/dia, de acordo com levantamento do MME divulgado nesta terça-feira (6/12). O volume é superior à importação de gás natural boliviano, que foi de 30,44 milhões de m³/d no período.
O percentual representa o volume de gás natural que foi produzido no mês, mas que, devido a dificuldades relacionadas ao escoamento ou à própria estratégia de negócios da empresa, foi redirecionado para os reservatórios.
Os campos produtores que ficam na região marítima do estado do Rio de Janeiro tiveram o maior volume de gás reinjetado do país, totalizando 17,26 milhões de m³/d de gás natural em setembro — segundo maior do ano, atrás apenas de julho (18,45 milhões de m³/d).
Para Sylvie D’Apote, sócia-diretora da consultoria Prysma ET&T, “esse aumento está ligado diretamente ao campo de Lula, no pré-sal. A estratégia [da Petrobrás] é reinjetar gás natural para produzir mais petróleo, até porque esse é um campo relativamente novo, com limite de reinjeção ainda desconhecido”.
Ainda segundo a consultora, a infraestrutura de escoamento, que poderia ser um gargalo no curto prazo, não chega a preocupar, afinal, não há demanda para um volume adicional de gás no mercado interno em momento de recessão econômica. A capacidade máxima do duto Rota 1, que conecta Lula e Mexilhão, ainda não foi atingida, e há volume disponível no Rota 2, que entrou em operação em fevereiro desse ano.
“Conforme a produção de petróleo se encaminha para o máximo, há um aumento no volume de gás reinjetado. Mas Lula é um megacampo. No futuro, teremos novos poços e novas plataformas, e esse gás produzido deve chegar ao mercado brasileiro”, explicou.
Reinjeção em terra
Em campos onshore, o estado do Amazonas é o que mais reinjeta gás natural, o que, nesse caso, é reflexo da falta de infraestrutura de escoamento na região. Foram 9,17 milhões de m³/d redirecionados a poços produtores no mês, alta de 5% frente a agosto. No acumulado de 2016, a média ficou em 8,4 milhões de m³/d de gás.
A oferta total de gás natural ao mercado brasileiro subiu 2,6% em setembro, totalizando 86,4 milhões de m³/d. Apesar do recorde de produção nacional, que atingiu 110,4 milhões de m³/d no período, o volume adicional veio principalmente do Gasbol, que transporta o gás importado da Bolívia.
Houve também redução da queima de gás natural em 0,4 milhão de m³/d, cujo percentual em relação à produção caiu para 3,2% — o que representa um recorde histórico de aproveitamento do gás produzido no país.
FONTE: Brasil Energia