A Rússia começou a cortar a produção de petróleo como parte de seu acordo com a OPEP para ajudar nos esforços do grupo para restaurar o equilíbrio no mercado internacional de petróleo, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
A declaração de Peskov foi breve, mas vazia de quaisquer números. “Sem dúvida, a Rússia está cumprindo todos os pontos do acordo e todas as obrigações que assumiu”, disse ele.
Ontem, a mídia citou fontes da indústria russa de energia dizendo que 100 mil barris foram retirados da produção diária de acordo com as obrigações do país coma OPEP. As mesmas fontes disseram à Reuters que a taxa média diária de produção para a primeira semana de 2017 foi de 11,1 milhões de barris de petróleo bruto.
A Rússia se comprometeu a retirar 300 mil barris de sua média diária de novembro de 2016, que era de cerca de 11,2 milhões de barris. A meta de redução deve ser alcançada em abril, com a média diária da produção de petróleo para 2017 projetada pelo Ministério da Energia entre 11,01 e 11,07 milhões de bpd.
No final do período de seis meses, durante o qual o acordo entre a OPEP e não-OPEP entrará em vigor efetivamente, a Rússia não deverá produzir mais do que 10,947 milhões de barris, de acordo com o ministro da Energia, Alexander Novak.
O ministro disse, no mês passado, que o corte será distribuído proporcionalmente entre todas as empresas petrolíferas russas, que criaram um grupo de monitoramento para garantir que todos assumam sua parte de forma equânime.
No entanto, os analistas de energia desconfiam da validade do acordo, esperando que a Rússia – e não apenas ela – trapaceie, especialmente se os efeitos desejados do corte, como um aumento de preços mais substancial, não se materializarem. O Iraque é outra parte do acordo que muitos esperam que não o cumpra, por causa de sua dependência de receitas de petróleo.
Enquanto isso, a Arábia Saudita disse que reduziu sua produção diária em 486 mil bpd desde o início do ano, agora bombeando cerca de 10,058 milhões de barris por dia, de acordo com uma fonte não identificada citada pela Reuters.
Publicado em inglês em 10/01/2017 em Oilprice.com.