Em reunião extraordinária, o Conselho de Administração da Petrobrás (CA) aprovou, nesta terça-feira (25) a criação da Diretoria de Governança, Risco e Conformidade, com o objetivo de assegurar a conformidade processual e mitigar riscos nas atividades da empresa, como fraude e corrupção. A vaga será ocupada por profissional a ser contratado em processo seletivo e ficará no cargo por 3 anos, podendo ser reconduzido. E só pode ser demitido por deliberação do CA (com quórum qualificado: pelo menos um dos conselheiros minoritários tem que concordar).
O presidente da AEPET e representante dos trabalhadores no CA, Silvio Sinedino, sugeriu que os demais diretores sejam escolhidos pelo Conselho através de seleção interna.
Sinedino fez várias ponderações na reunião, contrárias à forma e procedimento adotados. Para ele, por exemplo, a nova função não deveria ser de diretoria, mas uma gerência executiva, ligada diretamente ao CA, como é a Auditoria Interna. Sinedino teme que a nova estrutura provoque conflito de interesses.
“Na minha opinião, a governança – com normas e procedimentos – já existe, mas só é aplicada nos primeiros níveis hierárquicos, inclusive com a aplicação de severas punições. Entretanto, quando se trata de gerências executivas e diretorias o controle não funciona. Como no caso de Pasadena, que foi comprada sem ter um Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE). Como foi possível?” questiona Sinedino.
A nova diretoria irá substituir a atual diretoria internacional. Mas Sinedino sugeriu que a internacional fosse substituída por uma Diretoria de RH.
“Sempre se fala da importância do corpo técnico da Petrobrás. Então, por que essa importância não está contemplada na governança da companhia?” perguntou Sinedino.