A agência de notícias estatal chinesa Xinhua lançou na última quinta-feira (8), em Pequim, um pacote de medidas para estimular a cooperação entre os veículos de comunicação dos países que fazem parte dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A iniciativa foi tomada no rastro do 2º Fórum de Mídia do Brics, que reuniu representantes de órgãos de comunicação debaterão temas como “Deveres e responsabilidade social das organizações de mídia” e “Inovações em multimídia”.
“O Brics, gostem ou não os financistas de Londres e Nova York, é uma potência econômica. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul reúnem 42% da população mundial, 45% da força de trabalho, 30% da superfície terrestre, respondem por 58% da demanda mundial de petróleo e têm PIB conjunto de US$ 16,5 trilhões, o equivalente a 23% do produto global. Há estimativas de que o PIB do Brics supere o do G7 por volta de 2032. O Novo Banco de Desenvolvimento, ou Banco dos Brics, representa uma confrontação ao sistema financeiro. Por tudo isso, o grupo de cinco países deve unir esforços para fazer sua voz presente”, pondera o diretor de Redação do jornal Monitor Mercantil, Marcos Oliveira, que representou o periódico no evento.
Entre as medidas anunciadas no Segundo Fórum de Mídia do bloco, estão a criação de um prêmio de jornalismo, o suporte para até 20 correspondentes se instalarem na China e a destinação de US$ 1 milhão para um fundo de apoio à imprensa. Na quarta-feira, Liu Yunshan, o quinto mais importante membro do comitê central do Partido Comunista chinês, destacou que a imprensa tem um papel fundamental para combater o que ele classificou de “notícias negativas” a respeito do bloco. Reforçou ainda o compromisso da China com a globalização e com a abertura econômica e criticou o protecionismo, em alusão às declarações do presidente americano Donald Trump.
Em contraste, foi notada a ausência de um representante da direção da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), uma sinalização clara da menor importância dada pelo governo Michel Temer ao bloco dos Brics.